Paul Kircher e Juliette Binoche interpretam mãe e filho neste longa que explora as emoções turbulentas da adolescência e complexidade das relações familiares
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Em “Inverno em Paris”, novo longa-metragem do diretor francês Christophe Honoré, um jovem de 17 anos enfrenta a perda inesperada de seu pai. Assim, ele parte para Paris, iniciando um processo de autodescoberta. Indicado a três categorias no Festival Internacional de Cinema de San Sebastián (2022), o drama estreia dia 10 de outubro nos cinemas. A distribuição é da Pandora Filmes.
Paul Kircher interpreta o jovem Lucas, que está no último ano de internato quando recebe uma notícia devastadora de sua mãe (Juliette Binoche): seu pai morreu em um acidente. Com o mundo desmoronando ao seu redor, Lucas busca apoio em seu meio-irmão, Quentin (Vincent Lacoste), que vem de Paris para o funeral. Quentin então lhe propõe passar uma semana em sua casa na capital francesa. Lucas aceita o convite e embarca em uma jornada de autoconhecimento, amor e esperança.
PRÊMIO CÉSAR
Vencedor do prêmio César de Melhor Ator Principal por seu papel como Lucas em “Inverno em Paris” e ganhador de melhor ator emergente no Festival de Veneza (2024), Paul Kircher se destaca neste drama, ao lado de Juliette Binoche, que já acumula mais de 40 prêmios ao longo de sua carreira consagrada no cinema. Vincent Lacoste também contribui significativamente para o elenco, conhecido por seu trabalho em filmes como “Ilusões Perdidas” (Illusions Perdues, 2021) e tendo uma parceria de longa data com Christophe Honoré, protagonizando três outros filmes do diretor.
ESCOLHA
Honoré comenta sobre a escolha do protagonista: “Vimos quase 300 jovens. Sua sensibilidade (de Kircher) é realmente comovente (…) nós nos afeiçoamos muito um ao outro, e esse afeto foi uma fonte inesgotável de energia, alegria e confiança para nós dois”. O diretor também rasga elogios à Binoche, que já havia o rejeitado anteriormente em outra oportunidade: “Eu estava sonhando com isso (trabalhar com Juliette Binoche) há muito tempo. Procurei Juliette para um papel em um projeto anterior, mas ela recusou. Fico feliz que Juliette tenha dito “sim” para a personagem Isabelle”. Ele continua: “Ela trouxe um toque humano e uma profundidade que foram essenciais para o filme. Fiquei realmente impressionado com a força de seu desempenho e com sua paixão pelo cinema, que era palpável a cada passo do caminho”.
OUTROS LONGAS
Para além das atuações brilhantes, Christophe Honoré é um diretor reconhecido internacionalmente por seus longas anteriores como “Canções de Amor” (Love Songs, 2007), estrelado por Louis Garrel e exibido na competição oficial de Cannes naquele ano, e “A Bela Junie” (La Belle personne, 2008), estrelado por Léa Seydoux. Seu filme “Conquistar, Amar e Viver Intensamente” (Sorry Angel, 2018) também esteve em competição no Festival de Cannes e recebeu o Prêmio Louis Delluc. Em 2019, Chiara Mastroianni conquistou o prêmio de interpretação na seção Un Certain Regard, por sua atuação em “Quarto 212” (On a Magical Night, 2019).
VISCERAL
“Inverno em Paris” é uma obra delicada e, ao mesmo tempo, visceral, que explora as complexidades da juventude e das relações familiares. A narrativa de Christophe Honoré mergulha nas emoções caóticas e imprevisíveis do adolescente; nas palavras do próprio diretor: “Fiz o meu melhor para ser leal ao adolescente que fui e às emoções que ele sentia (…) usando a escrita e a direção para resgatar sua natureza caótica, avassaladora e imprevisível.”
O filme captura esse turbilhão emocional com sensibilidade, mostrando que, mesmo quando tudo parece desmoronar, as conexões humanas — e o amor — podem emergir nos momentos mais sombrios. Por isso, o diretor conclui: “Acredito que o filme é, antes de tudo, uma história de amor. Não um melodrama, mas uma obra que almeja o amor”.