Cidades

Interdição de ponte faz movimento no comércio local cair até 70%

Posto de combustíveis às margens da avenida Tancredo Neves totalmente vazio; movimento caiu após interdição (Fotos: André Almeida)

FABRICIANO – A interdição na ponte velha sobre o rio Piracicaba, ligando Fabriciano a Timóteo pela avenida Tancredo Neves, vem causando grandes prejuízos para quem possui empresas no trecho. O local foi fechado há uma semana pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), após uma vistoria de técnicos do órgão concluir que havia riscos de a estrutura cair.

Com a interdição, quem precisa ir até Timóteo deve passar pela ponte nova localizada no Centro de Coronel Fabriciano, o que fez com o movimento na avenida Tancredo Neves caísse consideravelmente.
Quem sofre com essa queda são os comerciantes, que reclamam da diminuição no número de clientes e, consequentemente, da arrecadação. Marco Antônio Pimentel, gerente de um posto de combustíveis nas proximidades, afirma que o movimento no trecho caiu cerca de 70% e que a situação está se tornando preocupante, pois, com a queda no fluxo de clientes, existe o risco de demissões no posto em que trabalha. Ele contou que alguns funcionários irão ganhar férias coletivas nos próximos dias devido ao pouco volume de trabalho no estabelecimento.

Além da falta de clientes, os funcionários do posto convivem com o medo, uma vez que o comércio funciona 24hs por dia e, durante o período noturno, a movimentação, que já é pequena de dia, se torna praticamente zero.
Andando pela via, é possível constatar que as reclamações de Marco Antônio e seus colegas se tornaram unanimidade entre os que trabalham ali. Nos vários comércios locais, é comum ver funcionários parados e pouca circulação de clientes. A própria avenida Tancredo Neves, antes abarrotada de carros, ônibus, caminhões e carretas, agora possui aparência de estrada abandonada.

Outro estabelecimento que viu sua clientela sumir foi uma oficina especializada em veículos de grande porte, que fica às margens da rodovia, colada à ponte interditada. Um funcionário do local disse que os atendimentos após a ação do DNIT diminuíram drasticamente. Antes do fechamento da ponte, o cerca de 18 atendimentos era feitos por dia. Agora, a situação é bem diferente. Até o fim da tarde desta quarta-feira (14), quando a entrevista foi feita, nenhum cliente havia passado pela oficina ainda.

O proprietário do local colocou quatro dos seis funcionários de férias enquanto espera um posicionamento a respeito da solução do problema. Caso não haja nenhuma decisão por parte do DNIT, esses funcionários deverão ser mandados embora.

OBRAS
Segundo a autarquia federal, as obras de reforma da Ponte Velha não têm previsão para começar e nem para terminar. Na semana passada, técnicos do DNIT informaram à Prefeitura de Fabriciano que iriam encaminhar um ofício ao departamento em Brasília pedindo urgência na elaboração do projeto e licitação das obras.

Os defeitos na ponte vão desde rachaduras ao longo da pista até problemas em sua estrutura, comprometida caso o nível do rio Piracicaba aumente, o que deve ocorrer nos próximos meses, em decorrência da grande incidência de chuvas do período.


Oficina ao lado da ponte interditada: antes, até 18 atendimentos por dia; ontem, até o fim da tarde, nenhum

 

Via obstruída ainda é usada por pedestres, ciclistas e motociclistas
Fabriciano
– Os avisos e as barreiras de pedra colocados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) nas extremidades da Ponte Velha não são suficientes para coibir a passagem de pedestres, ciclistas e motociclistas pelo local.

Não é preciso esperar muito para ver o fluxo considerável de pessoas indo e vindo pelos dois sentidos do trecho interditado. O soldador Edson Augusto precisa passar pela ponte todos os dias, já que trabalha numa companhia que fica às margens da BR-381, em Timóteo, e mora no bairro Todos os Santos, em Coronel Fabriciano.

O caminho é curto. Ele contou que, passando pela ponte, seu trajeto entre casa e trabalho é de, no máximo 10 minutos, por isso prefere não seguir a recomendação do DNIT e da Prefeitura de Fabriciano de usar o caminho pela Ponte Nova, no Centro de Fabriciano, o que o faria demorar mais meia hora em seu percurso.

Fechamento da ponte não inibe ciclistas, motociclistas e pedestres de transitar pelo local, mesmo
com as ameaças de a estrutura ruir

PONTE SERÁ DEMOLIDA, E NÃO REFORMADA, DIZ LEMOS
FABRICIANO
– A antiga ponte que liga os municípios de Coronel Fabriciano e Timóteo, interditada para o tráfego de veículos há cerca de quinze dias, provavelmente não será reformada, mas sim totalmente demolida e, no seu lugar, construída uma nova e moderna ponte.

A notícia foi dada aos vereadores fabricianenses na noite desta quarta-feira (14), durante reunião extraordinária do Legislativo, pelo presidente da Casa, Francisco Pereira Lemos (PSD). Ele acabara de retornar da capital onde, em companhia do Procurador Jurídico, advogado Ângelo de Souza Zulatto, se reuniu com o corpo técnico do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que está cuidando do assunto.

“Eles me disseram que já estão trabalhando na elaboração do projeto da nova ponte e que, dentro de poucos dias, terão condições de nos dar mais detalhes do que se pretende fazer para solucionar de vez o problema”, disse Lemos.
Na reunião ordinária do último dia 21 de outubro, o vereador Marcos da Luz (PT), líder do governo, apresentou o requerimento de nº 135, no qual solicitou a intervenção da Mesa Diretora junto ao órgão competente no estado, visando à obtenção de uma solução mais rápida para que a ponte antiga pudesse ser recuperada e devolvida à utilização pela população.

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