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Incêndios florestais destroem matas nativas no Vale do Aço

Diário Popular

IPATINGA – A intensificação dos incêndios florestais por todo estado, com 15 unidades de conservação em chamas, inclusive a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Horto da Alegria, localizada na Serra do Caraça, evidencia a fragilidade do Corpo de Bombeiros para enfrentar estes eventos, em períodos prolongados de estiagem.

Em Ipatinga um incêndio fora de controle devasta áreas de remanescentes florestais e ameaça a APA Ipanema. O fogo teve início há mais de uma quinzena e segue sem controle, já tendo passado pelo Limoeiro, Parque das Cachoeiras, Condomínio Canto das Águas, RPPN do Isaías, indo em direção ao bairro Pedra Branca. Incêndios florestais também consumiram vários hectares de mata nativa na região do Achado, em Santana do Paraíso, atingindo, inclusive, a nascente do ribeirão Ipanema.

TAXA DE INCÊNDIO
Segundo publicação no site da AMDA “o desvio de recursos oriundos da Taxa de Incêndio, que por lei devem ser destinados exclusivamente à equipagem do Corpo de Bombeiros, mostra o descaso de sucessivos governos estaduais para com o assunto. Nos últimos incêndios na Serra do Curral e Rola Moça, caminhões da instituição demoraram duas horas ou mais para chegar às áreas em chamas. Até o veículo que ficava no Parque Estadual Serra do Rola Moça foi retirado, há mais de quatro meses, por falta de manutenção”.

Esclarece também que “Informações disponíveis no Portal da Transparência indicam que o governo estadual arrecadou através da taxa de incêndio o valor de R$ 356,6 milhões, no período compreendido entre 2010 e julho de 2015, para ajudar a custear a ação dos bombeiros. No entanto, neste período, apenas R$ 215,4 milhões foram destinados efetivamente na conta da corporação. A diferença não é explicada no Portal, não se sabendo como foi usada”.

IPATINGA
Em Ipatinga, no Fundo Municipal de Meio Ambiente existem recursos para serem aplicados em projetos e ações visando a proteção ambiental. Parte desses recursos poderiam ser utilizados na formação de brigadas de incêndios florestais temporárias, que em apoio ao Corpo de Bombeiros e com a parceria de brigadas empresariais existentes na região poderiam minimizar esses impactos ambientais causados pelo fogo.

Já passou da hora do Estado investir na formação de um batalhão especializado, já que incêndios florestais exigem conhecimento e bagagem muito distinta do que os bombeiros recebem para operações urbanas, isso não desobriga o poder público municipal de ações visando a proteção ambiental do seu município. (Fundação Relictos)

Feam lança instrumento para avaliar impactos nos municípios

BH – Com o intuito de prever os riscos gerados pela vulnerabilidade às mudanças climáticas às quais os municípios do Estado estão expostos e fornecer subsídios para o planejamento de ações, a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) lança amanhã (21), às 14h, no Banco do Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), o Índice Mineiro de Vulnerabilidade Climática (IMVC), instrumento inédito no país.

O Índice está sendo lançado juntamente com o edital do Banco do Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), que irá disponibilizar uma linha de crédito no valor de R$ 50 milhões para financiar projetos de infraestrutura municipal voltados para questões climáticas e para a universalização de serviços básicos.
Um dos critérios que será usado pelo BDMG para analisar as solicitações de financiamento dos municípios são as informações disponibilizadas no IMVC.

O IMVC foi desenvolvido em parceria com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), por meio de termo de cooperação técnica assinado com esta entidade, e é uma ferramenta que permite avaliar o nível no qual os municípios de Minas Gerais são suscetíveis ou incapazes de lidar com os efeitos negativos das mudanças climáticas.
O IMVC foi construído a partir da adaptação da metodologia indicada pelo Intergovernmental Panel on Climate Change – IPCC (Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas).

O IMVC concluiu que 78% das cidades mineiras têm alta sensibilidade às mudanças climáticas e 15% dos municípios estão em áreas de vulnerabilidade extrema. O índice detectou, também, que cerca de mais da metade das cidades mineiras têm uma capacidade relativamente baixa de se adaptar às mudanças do clima e seus efeitos. Juntas, estas cidades têm uma população de mais de cinco milhões de pessoas.

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