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IPATINGA – O tempo seco e a baixa umidade do ar são fatores que podem aumentar os riscos de queimadas na vegetação seca. Segundo o Corpo de Bombeiros, nos últimos dois meses o número de focos de incêndio na região aumentou em cerca de 50% se comparado ao mesmo período do ano passado.
As queimadas em várias regiões do Vale do Aço se tornaram corriqueiras. A maioria, segundo o Corpo de Bombeiros, é criminosa. Na noite de domingo (4) bombeiros militares e os brigadistas da Usiminas tiveram muito trabalho para combater um incêndio às margens da BR-381, no anel rodoviário, saída para Belo Horizonte.
De acordo com o Comandante Operacional do Corpo de Bombeiros do Vale do Aço Tenente Neymar Gomes, são pelo menos quatro focos de incêndio por dia em locais diferentes ao mesmo tempo. “E isso dificulta um pouco a gente alocar recursos logísticos e humanos também”, disse.
O Tenente Neymar destaca que as queimadas podem trazer um grande problema para a sociedade. Além do dano ambiental, os incêndios podem causar grandes prejuízos para a saúde. “As pessoas muitas vezes não têm uma consciência ambiental. As queimadas causam prejuízo na saúde e também na atmosfera. A gente orienta que em hipótese alguma a pessoa ateie fogo numa mata, seja para limpar terreno, renovar pastagens, ou jogar guimbas de cigarro próximo à vegetação”, alertou o comandante.
Na região são vários os pontos críticos, porém as zonas rurais são as mais atingidas. “A incidência desses focos de queimadas está acontecendo praticamente em todos os locais onde tem a vegetação seca”, finalizou.
SUPLAN
Na última sexta-feira (2), um incêndio foi registrado em uma área vegetativa da antiga Suplan, no bairro Cidade Nobre. Segundo o Corpo de Bombeiros, funcionários terceirizados estariam trabalhando com um maçarico e uma faísca atingiu a vegetação seca dando início à queimada.
Segundo os bombeiros, as chamas se alastraram por cerca de dois hectares morro acima e chegaram a ficar a cerca de 10 metros das residências do Residencial Village Nobre. Equipes do Corpo de Bombeiros de Ipatinga, Coronel Fabriciano e brigadistas da Usiminas atenderam à ocorrência. Foram necessários aproximadamente 28 mil litros de água para apagar as chamas.
Em nota, a assessoria de comunicação da prefeitura de Ipatinga confirmou o ocorrido e esclareceu que “O incêndio ocorrido na área anexa à Suplan, no bairro Cidade Nobre, foi causado por um incidente durante o corte de uma peça metálica, quando uma fagulha atingiu a vegetação. O Corpo de Bombeiros foi acionado e também equipes da própria Prefeitura, que conseguiram debelar o fogo”.
Ainda conforme o comunicado, por volta das 19h o incêndio recomeçou, atingindo novamente a vegetação. O Corpo de Bombeiros retornou ao local e, em conjunto com a equipe da administração pública, atuaram no combate ao incêndio.
TIMÓTEO
Timóteo, onde a situação é mais crítica, também na última sexta-feira foram registrados vários focos de incêndio na cidade. O soldado Ruither Martins explicou que em 15 dias são pelo menos cinco chamados para apagar incêndios florestais e que a maioria é criminosa. “A gente sabe que é criminoso por causa de denúncias anônimas. As pessoas ligam e nos informam. Mas, quando a gente chega ao local a nossa preocupação é apagar o incêndio”, disse.
O militar contou que em muitos locais o caminhão pipa não consegue chegar. Para apagar as chamas, os bombeiros vão a pé equipados com abafador e uma bomba costal. “É um trabalho extremamente braçal que exige no mínimo umas 10 horas, isso porque temos apoio do Instituto Estadual de Floresta e dos brigadistas do Parque Estadual do Rio Doce”, relatou.
Entre os locais mais propícios a queimadas estão os bairros Novo Horizonte, Nossa Senhora das Graças, João XXIII, Novo tempo e Mata dos Oikós.
Incêndio registrado no domingo à noite às margens da BR-381 em Ipatinga (Crédito: Felipe Casnun)
Uma faísca saída de um maçarico teria atingido a vegetação seca que fica no pátio da antiga Suplan
Chamas no bairro Nossa Senhora das Graças em Timóteo, onde a situação é mais crítica
