TIMÓTEO – Um adolescente de 16 anos foi apreendido como sendo o principal suspeito de um assassinato ocorrido na madrugada de ontem (10), no bairro Novo Tempo, em Timóteo. Segundo relato da Polícia Militar, três pessoas faziam uso de drogas em uma casa na rua Cruzeiro do Sul, quando foram surpreendidos por dois indivíduos, um deles menor. O adolescente estava armado com um revólver calibre 38 e efetuou vários disparos. Dois tiros acertaram Felipe Cândido Silva, o “Felipinho”, 31 anos, que morreu no local. O menor é acusado de efetuar os disparos.
Para a polícia, está mais que claro que a motivação do homicídio está ligada ao tráfico de drogas. As primeiras informações levantadas davam conta de que a vítima estaria devendo drogas para o adolescente acusado pelo crime. O delegado Gilmaro Alves, que está na investigação do caso, não descarta a possibilidade de a morte de “Felipinho” ter sido encomendada. “Há sim essa possibilidade, de ele ter cometido o crime a mando de alguém. Acreditamos que exista uma segunda pessoa com ele na cena do crime. A polícia já tem esses nomes e já sabemos quem são essas pessoas”, disse, acrescentando que alguém deixou para trás uma bicicleta, que foi apreendida.
A arma foi encontrada enterrada em um local próximo à residência do adolescente. O menor foi localizado em sua casa. Ao avistar a polícia tentou fugir, mas acabou sendo pego. Depois de apreendido, o jovem acusado mostrou para a polícia onde o revólver estava escondido. “Ficou constatado que essa arma foi repassada a ele por um terceiro, que nós já sabemos quem é”, afirma.
No local do crime, foram recolhidos ainda um cachimbo para o uso de crack e dois cartuchos deflagrados. “Segundo informações colhidas, essa vítima estava fazendo uso de substâncias entorpecentes na casa de um indivíduo, que também foi conduzido para a delegacia”, acrescenta o delegado.
CENA
Um detalhe pode atrapalhar as investigações da Polícia Civil. O proprietário da casa onde ocorreu o assassinato modificou a cena do crime, ao arrastar a vítima para a via pública. O dono do imóvel foi conduzido e irá responder a processo pela alteração do local do crime. “Essa pessoa, temendo que ele pudesse ser envolvido na cena, apanhou esse corpo, arrastou até a via pública. Essa pessoa também cometeu um crime, uma vez que alterou a cena do crime”. Ainda conforme o delegado Gilmaro, a mudança deixa o local inidôneo para os trabalhos da perícia técnica.
CONFISSÃO
Ontem, na delegacia, o menor estava acompanhado de sua mãe. Ele não quis comentar com a imprensa o ocorrido, mas assinou um depoimento em que confessa o crime. “Ele disse que estava sozinho na cena criminosa e afirmou que estava sendo ameaçado pela vítima”, finaliza o delegado Gilmaro Alves.
