segunda-feira, setembro 1, 2025
Google search engine
InícioCidadesHMC suspende transplantes renais e pacientes do Leste de Minas ficam sem...

HMC suspende transplantes renais e pacientes do Leste de Minas ficam sem referência

Medida gera atraso científico, aumento da fila e tempo de espera e deixa pacientes sem expectativas de transplante imediato em instituição regional

IPATINGA – O Hospital Márcio Cunha suspendeu os transplantes renais, um dos mais importantes avanços médicos e científicos da unidade hospitalar. Não há previsão de retomada das cirurgias de transplante renal. O HMC foi credenciado como centro para captação de rins pelo Ministério da Saúde, em 1987 e de transplantes renais em 1992, ano da realização do primeiro transplante de rins no hospital. O Centro Transplantador da Regional Leste era o único demarcado pela MG Transplantes em todo o Leste de Minas. 

HMC

O Hospital Márcio Cunha atribui a suspensão dos transplantes a uma alteração na portaria do Ministério da Saúde, segundo a qual seriam contemplados com mais estrutura e investimentos os centros de saúde que realizam múltiplos transplantes, ou seja, várias modalidades. “Vale ressaltar que nossos pacientes continuam sendo transplantados normalmente, em um hospital conveniado. O Hospital Márcio Cunha está avaliando a nova portaria e estudando possibilidades de retorno com um programa de transplantes mais estruturado e mais moderno”, promete o HMC em nota.

PREFEITURA

A Prefeitura de Ipatinga, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, esclarece que, durante a pandemia, o Hospital Márcio Cunha declinou da habilitação junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) para a realização de cirurgias de transplante de rim. “Com isso, os pacientes do município passaram a ter como referência Belo Horizonte para transplantes renais. No caso de transplantes de pulmão, a referência nacional é Porto Alegre”, informa a administração municipal.

Conforme a Prefeitura, em 2025, foram cadastrados 55 pacientes especificamente para transplante renal. Desses, 12 ainda aguardam na fila atualmente, com tempo médio de espera de aproximadamente oito meses para a realização de cada cirurgia.

“A administração municipal reforça que acompanha de perto a situação, garantindo suporte e orientação aos pacientes em todo o trâmite necessário até a realização do procedimento”, sustenta o governo.

DEMORA

A decisão de suspender os serviços deixa sem expectativas imediatas de transplante, em instituição regional no Leste de Minas, um grande número de pacientes que sofrem de insuficiência renal crônica causada principalmente, pela longevidade e pela prevalência do Diabetes Mellitus. O Hospital Márcio Cunha atendia a demanda de oito unidades de terapia renal substitutiva, sendo referência para mais de 800 mil habitantes do Vale do Aço, Caratinga, Manhuaçu, Manhumirim, Governador Valadares, Teófilo Otoni e Itaobim. Entre os anos de 1992 a 2006 foram realizados 100 transplantes renais no HMC e, a partir de 2007, esse número foi quadruplicado.

DOENÇA RENAL E TRANSPLANTE

A doença renal crônica possui cinco fases de evolução, sendo que na última fase, o rim não consegue manter as funções e compromete o funcionamento do organismo. É quando a pessoa passa a necessitar de terapia renal substitutiva, que pode ser por meio dos diversos tipos de diálise, hemodiálise ou o transplante de rins.

O transplante renal pode ser feito por meio do doador vivo, que pode ser um parente (mãe, pai, tio, irmão, etc.) ou uma pessoa não aparentada (marido, esposa, amigo) do paciente. Nessa condição, é necessária uma autorização judicial para realizar o transplante. A cirurgia também pode ser feita a partir de um doador falecido, com diagnóstico de morte encefálica e com a permissão da família para fazer a doação. 

Para que um paciente esteja apto a receber um novo rim e seja inscrito na lista única do Sistema Nacional de Transplantes, ele é avaliado nos aspectos médicos, psicológicos e sociais quanto à possibilidade de submeter-se ao transplante. No HMC, o transplante era realizado por uma equipe multidisciplinar composta por médicos especializados em Nefrologia, Urologia, Cirurgia Vascular e Anestesiologia, além do apoio da enfermagem e da psicologia, que atuam diretamente na realização do trabalho e, ainda, as equipes da Unidade de Terapia Intensiva e da Infectologia.

MAIS DE 500 TRANSPLANTES

A unidade de transplantes do Hospital Márcio Cunha (HMC) celebrou a marca de mais de 500 transplantes como o mais importante feito na sua história, destacando os investimentos feitos pela FSFX na expansão da infraestrutura e na capacitação de uma equipe multidisciplinar credenciaram o HMC como centro para captação de rins e de transplantes renais em 1992, ano da realização do primeiro transplante de rins no hospital. A marca habilitou o hospital como referência na área de transplantes para Minas Gerais e para o Brasil.

RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Advertisment -spot_img

Most Popular

Recent Comments