Cultura

Grupo Baque Mulher traz maracatu para terras mineiras

IPATINGA – Vale do Aço está em intensa atividade cultural devido a construção do “Baque Mulher”, movimento social criado há 10 anos por Mestra Joana Cavalcante juntamente com outras mulheres da comunidade do Bode, bairro do Pina na cidade de Recife, Pernambuco. Mestra Joana é a primeira mulher regente de uma Nação (Encanto do Pina) na história do maracatu, que rege o baque como a principal referência dessa tradição pernambucana e que hoje se espalha pelo Brasil, chegando a Ipatinga pelas mãos de mulheres da nossa cidade.

PROTAGONISMO

O baque tem função social de evidenciar a mulher como protagonista no Maracatu e assim sendo, é também uma importante ferramenta na luta contra a violência de gênero. Baque Mulher é o primeiro grupo de maracatu de “baque virado” formado só por mulheres.  O movimento chega oficialmente às terras mineiras após o III encontro Nacional do Baque Mulher em Sorocaba com a participação de Daniela Dornelas e Daniela Matos. Em Ipatinga, o Baque Mulher Minas do Vale-MG vem complementar a historiografia desse movimento e fazer história como o primeiro grupo de maracatu de baque virado da região do Vale do Aço, obviamente destacando o protagonismo das mulheres, não somente na idealização como também regentes e percussionistas batuqueiras.

Mestra Joana é a primeira mulher regente de uma Nação (Encanto do Pina) na história do maracatu

COLETIVIDADE

A construção do Baque é uma experiência coletiva, tanto na construção dos instrumentos como no engajamento para a elaboração de intervenções e aprendizados. Para dar início a esse desafio, o Baque Mulher Minas do Vale contou com uma vivência única durante a primeira semana de dezembro no Teatro Circular Farroupilha : o apoio do batuqueiro Dayvison Guian (Ogan do ILê Axé Oxum Deym), da “Nação Encanto do Pina, Nação Porto Rico” e apoio do Baque Mulher de Recife. Durante sua estadia para o importante apoio, Dayvison coordena a construção de 17 alfaias repassando seus conhecimentos ancestrais para as mulheres batuqueiras do Vale do Aço, auxiliando-as na construção de seus próprios instrumentos, além de orientar oficinas abertas para o batuque na região.

O batuqueiro Dayvison Guian (Ogan do ILê Axé Oxum Deym), da “Nação Encanto do Pina, Nação Porto Rico” e apoio do Baque Mulher de Recife

OFICINAS

Além disso, o Baque Mulher Minas do Vale-MG terá dois dias exclusivos de intensa oficinas de aprendizado percussionista na Escola Municipal Conceição Pena Rocha no bairro Esperança, incluindo orientação para afinar e tocar o instrumento. O encerramento da vivência será no dia 09 de dezembro, com um ensaio aberto no Parque Ipanema, a partir das 15 horas no 12º Encontro de Palhaços de Ipatinga. Todo projeto foi viabilizado por mulheres engajadas no movimento feminista de forma autônoma e coletiva.

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