Cidades

Greve dos bancários reflete no comércio

Consumidores deixam de ir aos bancos e, consequentemente, esvaziam o comércio do Vale do Aço    (Crédito: Paulo Sérgio de Oliveira)


FABRICIANO
– Permanece fechada em Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo a maioria das agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. A paralisação – que ainda conta com a adesão de algumas agências privadas – já afeta os empresários, conforme verificou uma sondagem feita pelo Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Bens e Serviços (Sindcomércio) Vale do Aço junto a lojistas de toda a região. “O impacto da greve é negativo, uma vez que muitos consumidores não estão pagando os crediários nas lojas, pois dependem do atendimento bancário para resgatar o dinheiro”, exemplifica José Maria Facundes, presidente da entidade patronal.

SEM GIRO

O dirigente sindical observa que o dinheiro parou de girar no comércio. “Aposentados, por exemplo, têm o costume de sacar direto nos caixas dos bancos. Como não estão conseguindo, pararam de realizar compras. Sem contar que é um ‘efeito dominó’: o consumidor não vai mais ao banco, não passeia pelas ruas e, consequentemente, deixa de comprar em nossas lojas”, analisa José Maria Facundes.

De acordo com o presidente do Sindcomércio Vale do Aço, a greve tem feito os lojistas investirem ainda mais em promoções e ofertas para chamar a atenção dos clientes. “Também orientamos que sejam incentivadas as vendas parceladas. Negociar preços e dar mais prazo para os pagamentos são outras medidas paliativas necessárias”, aconselha o representante patronal.

IMPACTO
Segundo a sondagem feita pelo Sindcomércio junto aos lojistas de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo, o impacto menor tem sido sobre os comerciantes que vendem somente por meio de cartão de crédito e débito. “Em relação aos pagamentos, boa parte dos lojistas está optando por fazê-los via Internet. Outros apelam para as casas lotéricas, embora nesses estabelecimentos haja um limite de valor para a quitação de duplicatas. Não é interessante para o empresário sair da loja com grandes quantias em dinheiro para pagar as contas, pois ainda há o risco de assaltos”, diz José Maria Facundes, acrescentando que cada vez mais as filas estão maiores nas casas lotéricas.

O presidente do Sindcomércio informa que os empresários aguardam ansiosamente o retorno do funcionamento normal dos bancos. “Se a greve continuar comprometendo as nossas vendas, seremos obrigados a deixar de comprar, o que vai prejudicar a variedade de nossos estoques. O Natal está chegando e o momento é crucial para o nosso faturamento anual e sobrevivência”, comenta.

SALÁRIOS
O dirigente sindical afirma que, apesar dos percalços, o empregado no comércio não foi afetado, pois as folhas de pagamento foram executadas normalmente com a ajuda das transferências online e através de retirada de dinheiro do próprio caixa. “O maior prejudicado tem sido o empresário. O segmento supermercadista, por exemplo, registra a maior queda nas vendas, pois se trata de um ramo que depende das compras à vista. Como o dinheiro não circula, o consumo cai”, reforça José Maria Facundes.


José Maria Facundes afirma que a greve tem feito os empresários
investirem ainda mais em promoções e ofertas

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com