sábado, novembro 23, 2024
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Governo condiciona restauro da Ponte Queimada à concessão

IPATINGA – Deu resultado a mobilização pelo restauro da Ponte Queimada, um dos grandes patrimônios históricos do Vale do Aço e importante ligação entre os municípios de Marliéria e Pingo D’água. A deputada estadual Rosângela Reis recebeu um ofício do Governo de Minas assegurando recursos para a reforma da estrutura, que está ameaçada de cair, devido ao desgaste da estrutura feita de aço e madeira.

A mobilização foi realizada no início de março deste ano e foi iniciada pelo ex-prefeito de Córrego Novo, Ailton Top Laje, junto com o sr. José Altair Duarte, que já coletou mais de 5 mil assinaturas em um abaixo-assinado pedindo a restauração da ponte.

Na oportunidade, o encontro também contou com a participação dos prefeitos de Marliéria (Hamilton Lima), Pingo D´água (Luiz Paulo), Córrego Novo (Eder Fragoso) e Jaguaraçu (Márcio Lima), além de vereadores eu o movimento de ciclistas, jipeiros, do Movimento MG-760 e comunidade em geral.

CONCESSIONÁRIA

Segundo o ofício assinado pelo secretário de Estado de Planejamento, Otto Levy, em resposta a solicitação da deputada Rosângela Reis, “o governo de Minas Gerais envidará esforços para destinar os recursos necessários para restauração da ponte”, a partir do Programa de Concessão de Parques Estaduais (PARC), onde o Parque Estadual do Rio Doce (Perd) está incluído.

ALTERNATIVA

O ofício ainda reforça que “caso a concessão não se demonstre viável para o parque e o atrativo não possa ser explorado via concessão, os investimentos necessários à Ponte Queimada deverão ser garantidos a partir dos recursos do Acordo de Cooperação celebrado com a Fundação Renova e recentemente homologado em juízo”.

CAMINHO MAIS CURTO

A deputada Rosângela Reis comemorou a resposta positiva do Governo de Minas. “A Ponte Queimada é o trajeto mais curto entre Marliéria e Pingo D’Água, além de ter importante significado histórico para a região. Apesar de ainda não haver previsão de tempo para início do restauro, fico feliz em saber que nossa mobilização já deu resultado. Agora vamos levar adiante para que essa reforma saia o quanto antes”, afirmou.

História da Ponte Queimada

A Ponte Queimada é uma ponte entre os municípios de Pingo-d’Água e Marliéria, com 136 metros de extensão, sobre o Rio Doce. A data exata da construção original é incerta, porém sabe-se que ocorreu no século XVIII ou no século XIX, com a abertura de uma estrada pelo local. Ela foi reconstruída na década de 1930, preservando desde então suas características de pilares de concreto, vigamento de ferro e corpo em madeira.

Por conta de sua importância histórica, a administração de Marliéria iniciou um projeto de tombamento da ponte pelo IPHAN em 2018.

A origem do nome ponte é incerto. Uma versão defende que seria com a abertura da estrada durante a exploração do Vale do Rio Doce no século XVIII. Como não foi encontrado ouro em abundância, o caminho passou a ser utilizado como ligação entre Ouro Preto e um presídio em Cuité (região de Conselheiro Pena) e por isso ficou conhecido como Estrada do Degredo. A ponte então teria sido incendiada por prisioneiros na tentativa de fugir da polícia em 1794, ou mesmo pelos próprios soldados para evitarem o caminho perigoso.

Em outra narração, a ponte possivelmente foi construída por Guido Marlière e incendiada por indígenas na tentativa de se defenderem dos forasteiros no século XIX. Os indígenas, por sua vez, colocavam a culpa nos soldados.

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