Presidente vê ligações com o tráfico de drogas
BRASÍLIA – Pelo menos seis pessoas morreram em tentativa fracassada de derrubar o presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embalo, informou a rádio estatal nesta quarta-feira (2), enquanto moradores da capital voltavam cautelosamente à vida cotidiana.
Os mortos no incidente de ontem incluem quatro agressores e dois membros da guarda presidencial, disse a emissora.
Embalo anunciou, na noite de terça-feira, que a situação estava sob controle depois que tiros ecoaram por mais de cinco horas perto de um complexo do governo onde era realizada reunião de gabinete.
O país da África Ocidental, que tem população de cerca de 2 milhões, já viu dez golpes ou tentativas de golpe desde a independência de Portugal em 1974. Apenas um presidente democraticamente eleito completou o mandato.
ONDA GOLPISTA
A África Ocidental foi atingida por uma série de golpes militares nos últimos 18 meses, incluindo dois no Mali, um na Guiné e um em Burkina Faso na semana passada.
O contexto parecia diferente na Guiné-Bissau. Ainda não ficou claro quem estava por trás do ataque, mas Embalo sugeriu ligações com a luta do governo contra o tráfico de drogas, e não com plano do Exército para tomar o poder.
“Não foi apenas golpe. Foi uma tentativa de matar o presidente, o primeiro-ministro e todo o gabinete”, disse.
O ataque “foi bem preparado e organizado e também pode estar relacionado a pessoas envolvidas no tráfico de drogas”, acrescentou, sem dar mais detalhes.
País empobrecido na costa, a Guiné-Bissau é importante ponto de trânsito de cocaína latino-americana com destino à Europa, contribuindo para a instabilidade da região.