Ipatinga – O Dia da Consciência Negra, data que marca a morte de Zumbi dos Palmares, lembrando nacionalmente neste sábado, 20 de novembro, inspira a realização de mais um ato de protestos pelo “Fora Bolsonaro”. No Vale do Aço, a manifestação será realizada em Ipatinga, com concentração marcada para as 08h30, em frente à Escola Municipal Arthur Bernardes, no bairro Canaã.
A campanha Fora Bolsonaro é construída na região pelo Fórum em Defesa da Vida – Vale do Aço, que reúne movimentos sociais, sindicatos e partidos de esquerda. “Estamos na luta, em defesa do povo negro e dos indígenas, da Saúde e da Educação pública e de qualidade para todos! Contra os preços abusivos do gás, da comida e da gasolina. Contra o desemprego e os ataques aos direitos dos trabalhadores. Traga sua voz e venha defender a vida!”, convidam os organizadores.
Em nota, o movimento enfatiza que “o descaso no combate à pandemia, o aumento da fome, do desemprego, a alta geral dos preços e o consequente caos econômico e social pelo qual passa o país impacta primeiramente e com mais intensidade a população negra e pobre. Só com a saída de Jair Bolsonaro vamos fazer avançar políticas públicas de promoção da igualdade racial. Por isso, vamos à ruas novamente, para dar um basta e lutarmos pelo fim da carestia, da fome e do desemprego!”.
Os organizadores observam que o racismo estrutural no Brasil chegou ao seu ápice com Bolsonaro. Nos dois primeiros anos deste governo, a fome aumentou 27,6% no Brasil. E mais da metade da população brasileira, ou 116,8 milhões de homens, mulheres e crianças estão hoje em situação de insegurança alimentar. A maioria é negra: dados do Olhe para a Fome apontam que eles são 10,7% dos que não comem. O número cai para 7,5% entre os brancos.
Pobreza e desemprego
Sob o governo de Jair Bolsonaro, mais de 220 mil pessoas perderem suas casas. Comparado com um década atrás, o cidadãos brasileiros em situação de rua está 140% maior. E os negros também são maioria nesse caso: 70% pretos ou pardos, segundo o Ipea. Do mesmo modo, a pobreza se agravou entre o povo negro: 38% das mulheres negras estão na miséria. Entre as pessoas brancas esse índice atinge 19%.
Se 13,7 milhões de brasileiros estavam sem emprego no Brasil de Bolsonaro, em 2020, entre os negros o número é ainda mais trágico. São 17,8% de pretos desempregados e 15,4% de pardos. Números muito acima da média nacional. Entre os brancos, 10,4% não conseguem emprego no Brasil capitaneado por Bolsonaro, informa o IBGE.
Também são os negros que amargam os piores postos de trabalho. Segundo o IBGE, em 2019 os brancos eram 38,92% dos trabalhadores com carteira assinada. Para os pretos e pardos, somente 32,22%. Também são os que ganham menos, com remuneração média quase R$ 1.000 mais baixa que os trabalhadores brancos. A taxa de informalidade é outro dado revelador do racismo estrutural que envergonha o país: enquanto chega a 30,1% dos empregos dos brancos, bate a casa dos 39,9% para os pretos e 43,5% para os pardos.
Serviço
#forabolsonarovaledoaco
20/11 – Dia da Consciência Negra
Concentração às 08h30, em frente à E. M. Arthur Bernardes, Canaã, Ipatinga
Obrigatório: Uso de máscara. Álcool em gel. Manter o distanciamento.