Aldeci espera por um novo julgamento para que justiça seja feita (Crédito: Gizelle Ferreira)
TIMÓTEO – Nem sempre o resultado de uma sentença é o esperado por pessoas que clamam por justiça. Como se não bastasse a dor de perder um ente querido, familiares de pessoas vítimas de assassinato ainda precisam conviver com o que elas chamam de impunidade. É o caso da família de Wellington Monteiro de Morais, conhecido como “Ninha”, de 26 anos. Ele foi assassinado com um tiro no peito em março de 2010, no bairro Alvorada, em Timóteo. O acusado pelo crime, Robson Neves dos Reis, o Robinho, foi condenado no último dia 11 a sete anos e seis meses de prisão.
A mãe de “Ninha”, Adelci Crispim de Morais, 55 anos, está indignada com a situação e em protesto escreveu uma carta endereçada à imprensa da região. No texto escrito à mão, Adelci relatou que a defesa de “Robinho” menosprezou o direito à vida, colocando o ato de matar como uma atitude normal. “Ele ainda argumentou que o fato de Robinho ser um traficante era culpa da sociedade e da situação econômica do acusado. A defesa usou de teatro”, diz trecho da carta.
Segundo a mãe da vítima, a Promotoria Pública irá recorrer da decisão e pedir que um novo julgamento seja realizado. “Todos que assistiram ao julgamento ficaram horrorizados. Sete anos de prisão não fazem justiça ao crime que ele cometeu. Temos certeza que Deus não vai deixar impune”, conclui trecho da carta.
JULGAMENTO
O julgamento do réu no Fórum de Timóteo, durou mais de oito horas. O Conselho de Sentença acatou a tese da defesa de que Robinho agiu mediante forte emoção, por injusta provocação da vítima e desqualificou o crime de homicídio qualificado para privilegiado.
Apesar desse resultado, o advogado do condenado ainda disse que irá recorrer da sentença, a fim de diminuir ainda mais a condenação do réu. No julgamento, por pouco o réu não foi absolvido. Dos sete que compõem o Conselho de Sentença, três chegaram a votar favoráveis à absolvição de Robson Neves dos Reis.
