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Fala de Eduardo é repudiada pelo PSL, aliados e oposição

(DA REDAÇÃO) – O PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro e de seu filho Eduardo, repudiou hoje as declarações do deputado federal sobre um “novo AI-5”. Em nota assinada por Luciano Bivar, presidente da sigla, o PSL manifesta repúdio “a esta tentativa de golpe ao povo brasileiro”, sem citar o nome de Eduardo. Em entrevista ao canal da jornalista Leda Nagle, Eduardo Bolsonaro disse que é preciso ter uma “resposta” caso a esquerda radicalize, e essa resposta poderia vir por meio de “um novo AI-5”. O fato teve ampla repercussão durante o dia e agora causou rejeição no próprio partido do deputado federal e do presidente. A família Bolsonaro e o PSL protagonizam um embate político há quase um mês.

CONSELHO DE ÉTICA

Os partidos de esquerda na Câmara dos Deputados decidiram ir ao Conselho de Ética pedir a cassação do mandato do filho de Jair Bolsonaro (PSL). A representação será feita por PSOL, PT, PCdoB e PSB. Os partidos da oposição também estudam notificar o STF (Supremo Tribunal Federal) com uma notícia-crime (equivalente a uma denúncia criminal) da posição.

“Um absurdo essa frase. A gente vive em um país democrático que tem memória sobre a ditadura. A gente repudia a ação do filho do presidente, mas não é de se espantar pelo histórico dele. Mas não vamos permitir a volta de uma ditadura”, disse o deputado David Miranda (PSOL-RJ).

REPÚDIO

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também fez duras críticas à fala de Eduardo. “O povo brasileiro não aceita e não tolera o fim da democracia. O presidente e sua família foram eleitos pela via democrática e juraram defendê-la. E democracia não combina com AI-5 ou qualquer outra medida autoritária”, disse o líder da oposição Alessandro Molon (PSB-RJ).

O candidato do PT à Presidencia da República em 2018, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad afirmou que “a única punição cabível” à fala de Eduardo Bolsonaro desta quinta-feira (31) “é a perda do mandato”.

Em nota oficial, o deputado mineiro Aécio Neves disse que “é lamentável, e ao mesmo tempo preocupante, a declaração do deputado Eduardo Bolsonaro quando flerta com o retorno do autoritarismo ao país”.

Aécio lembrou que “foram muitos os brasileiros que deram suas vidas para que pudéssemos viver em liberdade e escolher nosso próprio destino”.

“Mais grave ainda quando as declarações vêm de alguém que exerce mandato eletivo. Se não considera a atuação do Congresso Nacional relevante, é incompreensível que dele participe”, salientou.

Veja nota oficial do PSL:

O Diretório Nacional do Partido Social Liberal, com veemência, repudia integralmente qualquer manifestação antidemocrática que, de alguma forma, considere a reedição de atos autoritários. A simples lembrança de um período de restrição de liberdades é inaceitável. O Brasil demorou anos para voltar a respirar democracia e a eleger diretamente seus representantes, a um custo altíssimo, tanto para o Estado quanto para as vítimas do regime transitório.

Não podemos permitir que sejam abalados pilares democráticos caros, como a tolerância, a prática de aceitar o contraditório, as críticas e o trabalho importante da imprensa, que deve ser livre, sem amarras de qualquer tipo. O PSL é contra qualquer iniciativa que resulte em retirada de direitos e garantias constitucionais. Em nosso partido, a democracia não é negociável. Fica aqui nossa manifestação de repúdio a esta tentativa de golpe ao povo brasileiro.

Executiva Nacional do PSL

Luciano Bivar Presidente.

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