(DA REDAÇÃO) – A Ordem Executiva nº 14.346, divulgada pelo governo dos Estados Unidos no último dia 5, tornou livre de tarifas adicionais a maior parte das exportações brasileiras aos EUA de celulose e de ferro-níquel. Na prática, nesses produtos não incidirão nem a alíquota de 10%, anunciada em abril, nem a sobretaxa de 40%, aplicada em 30 de julho.
CENIBRA
Questionada sobre o impacto das tarifas norte-americanas às exportações de celulose, a CENIBRA informou que acompanhava com atenção os desdobramentos das recentes medidas tarifárias anunciadas pelos Estados Unidos. “A celulose de fibra curta de eucalipto, foi incluída na lista de exceções do decreto tarifário, não sendo afetada pelas novas sobretaxas”, sublinhou a companhia.
A nota disse ainda que “a empresa recebeu com alívio a exclusão da celulose, pois entende que a tarifação traria uma nova dinâmica ao mercado mundial. Por isso, expressa solidariedade aos demais segmentos do setor florestal impactados pelas novas tarifas. Além disso, mantém o diálogo com as entidades representativas do setor”.
“Atenta às mudanças – arremata –, a CENIBRA reafirma o compromisso em fortalecer seu posicionamento no mercado global, por meio de um relacionamento transparente com seus stakeholders”.
EXPORTAÇÃO DE CELULOSE
Constituída em 13 de setembro de 1973 e localizada no leste de Minas Gerais, a Celulose Nipo-Brasileira S.A. (CENIBRA) opera com uma unidade industrial no município de Belo Oriente (MG). Com capacidade produtiva de 1,2 milhão de toneladas anuais, a empresa atua em 54 municípios de Minas Gerais, mantendo 254 mil hectares de propriedades, sendo 51% de florestas plantadas e 49% de áreas de preservação. A CENIBRA é reconhecida por suas práticas sustentáveis e pelo compromisso com o desenvolvimento regional.
Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 1,84 bilhão desse grupo de produtos aos EUA, o que representa 4,6% do total exportado para aquele país, com destaque para celulose, em particular pastas químicas de madeira não conífera e pastas químicas de madeira conífera, no valor de US$ 1,55 bilhão.
EXCLUSÃO
Com a nova exclusão, no total, chega a 25,1% o montante das exportações brasileiras aos EUA livre da alíquota de 10% e da sobretaxa de 40% impostas pelo governo estadunidense aos produtos brasileiros.
“O governo segue empenhado em diminuir a incidência de tarifas dos EUA sobre os produtos brasileiros. A mais recente ordem executiva dos EUA representa um avanço sobretudo para o setor de celulose do Brasil. Mas ainda há muito a ser feito e seguimos trabalhando para isso”, afirmou o vice-presidente em Ministro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin.
IMPACTO DO TARIFAÇO
Dados do ministério, do último dia 11, mostram que, do total de exportações brasileiras aos Estados Unidos, que soma US$ 40 bilhões, 34,9% (US$ 14,1 bilhões) estão sujeitas às tarifas adicionais de 10% e 40% (totalizando 50%); 16,7% (US$ 6,8 bilhões), a 10%; 25,1% (US$ 10,1 bilhões) estão livres de tarifas adicionais; e 23,3% ou US$ 9,4 bilhões, sujeitas a tarifas específicas, aplicadas a todos os países.
