Programa Mundial de Alimentos entregou últimos suprimentos armazenados para a produção de refeições quentes; nas últimas semanas já haviam sido encerrados o apoio a padarias e a distribuição de cestas básicas; preço de alimentos vendidos no local disparou em até 1.400%
Foto: Crianças caminham pelas ruas de Rafah, no sul de Gaza – Crédito: Unicef/Eyad El Baba
(ONU) – O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas, WFP, esgotou todos os seus estoques de comida para as famílias em Gaza.
A agência entregou nesta sexta-feira os alimentos que ainda restavam para cozinhas que servem refeições quentes, que são as únicas fontes consistente de assistência alimentar para os habitantes do enclave arrasado pela guerra.
ESGOTAMENTO
O WFP também apoiou padarias para distribuir pão a preços acessíveis em Gaza. Em 31 de março, todas as 25 padarias apoiadas fecharam quando a farinha de trigo e o combustível acabaram.
Na mesma semana, também se esgotaram as cestas básicas do WFP, que eram distribuídas para as famílias, contendo porções alimentares para duas semanas.
Com a grave falta de combustível, as pessoas estão sendo forçadas a procurar itens para queimar, de modo que consigam preparar uma refeição.
CARESTIA
Nenhum suprimento humanitário ou comercial entrou em Gaza nas últimas sete semanas, pois todos os principais pontos de passagem de fronteira permanecem fechados por Israel.
Este é o bloqueio mais longo desde o início da guerra. Uma das consequências é a alta no preço dos alimentos, que dispararam até 1.400% em comparação com o período do cessar-fogo.
Muitos produtos alimentares essenciais estão em falta, o que representa riscos nutricionais para populações vulneráveis, incluindo crianças menores de cinco anos, mulheres grávidas, lactantes e idosos.
ABERTURA DE FRONTEIRAS
O WFP afirma que os ganhos alcançados durante o cessar-fogo se perderam e que sem uma ação urgente para abrir as fronteiras, a agência pode ser forçada a encerrar suas operações.
Mais de 116 mil toneladas de assistência alimentar, o suficiente para alimentar um milhão de pessoas por até quatro meses, estão posicionadas do lado de fora das fronteiras, prontas para entrar em Gaza.
O WFP apela para que todas as partes priorizem as necessidades dos civis e permitam que a ajuda entre em Gaza imediatamente, em linha com as obrigações previstas no Direito Internacional Humanitário.
