Cidades

Estado reconhece 10 pedidos de anistia de perseguidos da região

Sessão de Turma da Caravana da Anistia realizada no auditório da Faculdade de Direito da UFMG     (Divulgação)

BH – O Ministério da Justiça, através da Comissão de Anistia, realizou em Belo Horizonte, no dia 30 de novembro, sexta-feira, uma Sessão de Turma da Caravana da Anistia.

A Caravana, resultado de um trabalho de acompanhamento dos processos feito pela Associação dos Trabalhadores Anistiados de Minas Gerais (ATAMIG) junto ao Ministério da Justiça, foi realizada no auditório da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais na capital mineira.

Na pauta, estava previsto o julgamento de 25 processos de militantes políticos do estado de Minas Gerais, que foram vítimas de perseguição política por parte do estado brasileiro no período em que o país estava sob o regime militar.

Dentre o total dos processos julgados pela Caravana, dez eram de lideranças políticas e sindicais do Vale do Aço e que foram demitidos e perseguidos devido a suas atuações no movimento sindical metalúrgico e luta de resistência contra a ditadura militar.

PROCESSOS
Dentre os processos acompanhados pela ATAMIG, estavam os dos ex-metalúrgicos Antonino Torres, Eri Pimenta, Paulo Albrigo, Vivaldo de Abreu, Francismar Vasconcelos, Cícero Feitosa, Onízio de Almeida e Paulo Miranda. Fazia parte também, o processo de Maura Gerbi, ativista política que foi presa e torturada em Belo Horizonte durante o regime militar.

Para a ATAMIG, o deferimento dos processos encaminhados foi uma grande vitória coletiva na medida em que o estado brasileiro reconheceu seu erro, pediu desculpas formalmente aos perseguidos e se comprometeu em nunca mais exercer pressões ou fazer perseguições políticas a qualquer cidadão.

DESCULPAS OFICIAIS
Cada um dos 25 processos de militantes mineiros analisados na Caravana da Anistia, que veio ontem a Belo Horizonte, tem história suficiente para um livro. Quando os representantes da Comissão da Anistia pediram desculpas, em nome do Estado brasileiro, pelas violações de direito cometidas contra os anistiados políticos, transtornos causados a suas famílias, tempo passado no exílio e na clandestinidade, torturas sofridas na pele, perda de emprego e identidade, sofrimento e dor, foi possível perceber a sensação de alívio no rosto da plateia.

A comissão já concedeu anistia política e reparação econômica em 50 mil dos 75 mil processos julgado no país e ontem apreciou mais 25 casos. Um deles é o requerimento de Maura Gerbi Veiga, presa aos 15 anos e que durante seu depoimento emocionou a todos os presentes.

ANISTIADOS

A Caravana que aconteceu graças a parceria entre o Ministério da Justiça, OAB de Minas Gerais e a ATAMIG contou com a presença de operários do Vale do Aço sendo todos requerimentos reconhecidos legítimos e recebendo do Estado a

Declaração de Anistiados do Brasil. A ATAMIG através de seu presidente Edinho Ferramenta representou em bloco os anistiandos que se fizeram presentes. Além dos operários do Vale do Aço, Maura Gerbi, mais 9 militantes presos durante o regime militar também foram declarados anistiados juntamente com o metalúrgico José do Carmo Maia, irmão da vereadora Maria do Amparo. Na abertura dos trabalhos da Comissão da Anistia foram homenageados 9 anistiados de Minas Gerais, destacando-se entre eles José Desdedith Chaves, de Ipatinga. Logo após foi exibido um filme sobre a chacina ocorrida em Minas Gerais em 7 de outubro de 1963, conhecida como Massacre de 7 de Outubro.

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