Cidades

Eleição de 2016 deve ser mais ‘agressiva’ e pessimista

DA REDAÇÃO – Em outubro, os eleitores de todo Brasil retornarão às urnas para escolher seus representantes políticos para os próximos quatro anos. Prefeitos e vereadores serão eleitos em todo o país, em um pleito que promete ser o mais agressivo e dividido da história da democracia nacional. A movimentação já começou ainda em 2015, com políticos observando atentamente o cenário regional, as mudanças impostas pela Lei nº 13.165/2015, conhecida como Reforma Eleitoral 2015; e os efeitos desta crise de confiança da população nos atores políticos, regionais e nacionais, com os piores índices de aprovação em anos.

INSTABILIDADE
Nas principais cidades da Região Metropolitana do Vale do Aço, prefeitos e vereadores tem convivido com um quadro de desconfiança e instabilidade, gerada pela falta de recursos tanto da economia regional, quanto dos governos estaduais e federais, além de severas críticas de má gestão. Para o publicitário e especialista em marketing político com mais de 18 anos de atuação, Robson Gonçalves, a situação é ainda mais complicada. “O que temos visto, seja na comunidade ou nas redes sociais, é uma radicalização por parte dos eleitores. Ou se é petista; ou é oposição, e visto como contrário aos modelos de distribuição de renda e ascensão social dos mais pobres. O eleitor tem agido como torcedor, ignorando se o discurso do candidato se enquadra na prática política do mesmo. A polarização na região é histórica. Temos quatro cidades fortes, com administração petista, e uma crise sem precedentes”, afirmou o publicitário.

PESSIMISMO
Robinho acredita que o pleito de 2016 terá um clima mais pessimista do que os anteriores. Na região do Vale do Aço, a crise da siderurgia tem provocado efeitos devastadores na economia regional. Porém, existe uma sensação de raiva devido ao longo ano de inflação, juros altos e escândalos de corrupção em todos os escalões da política nacional. “O que vai definir esta eleição são questões econômicas e sociais, e as propostas dos candidatos para estes dois temas. Economicamente, Ipatinga e outras cidades do Vale do Aço estão fragilizadas. É necessário apresentar soluções para esta crise. Além disso, tem um grande movimento social hoje vigente na sociedade. O capitalismo tem falhado nisso, e esta falha começa a ser percebida pela população, pela desigualdade, falta de oportunidades. O tempo de administração petista mostrou esta necessidade para a população. Mas o clima de radicalidade e pessimismo irá ser percebido por todos os candidatos e cada político vai ter que aprender a lidar com isso”, disse Robinho.

REFORMA ELEITORAL
O marqueteiro lembra ainda que haverá mudanças na forma de se fazer campanha, como o período e duração das propagandas eleitorais, tempo de filiação partidária, gastos e tempo de campanha, entre outros, que já começam a valer neste ano e podem complicar várias candidaturas. “Tem muito detalhe novo na Lei nº 13.165/2015, que promoveu importantes alterações nas regras das eleições deste ano, alterando as Leis n° 9.504/1997 (Lei das Eleições), nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos) e nº 4.737/1965 (Código Eleitoral). A campanha será bem diferente da última para prefeitos, em 2012. O tempo que o candidato terá para pedir voto, para conquistar o eleitorado, caiu pela metade. Mas a preparação tem que ser ainda maior. Me lembra aquele ditado; ‘quem acorda cedo bebe água limpa’. Quem não estiver devidamente preparado dificilmente irá conseguir alcançar o número de eleitores que pretendia inicialmente. Quanto melhor for a estrutura de campanha, melhores são as chances do candidato. Eu tenho dito que, neste pleito de 2016, o primeiro com a nova reforma em vigor, não será permitido errar. Até porque não haverá tempo para consertar”.

BUSCA POR LÍDERES
Para Robinho, o que o eleitor espera do candidato é uma postura de liderança, capaz de mostrar caminhos para que a crise seja vencida. “O eleitor daquela comunidade, o trabalhador, o estudante, a dona de casa, todos esperam uma coisa: que o candidato seja capaz de mostrar um caminho. A importância de campanhas setoriais e clusters será ainda maior, atuando em pequenos grupos para alcançar uma representação macro. A busca será por alguém para conduzir a situação, independente dos problemas. O eleitor, no final, não quer saber se você vai desmoralizar o candidato A ou B, ou se você segue um direcionamento do partido C ou D. Ele quer sair da crise, quer que a situação atual mude, e busca um candidato com postura, inteligência, organização e criatividade”, finalizou o publicitário.

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