(*) Fernando Benedito Jr.
Circula nas redes sociais bolsonaristas um vídeo sobre a primeira dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, que é uma das formas mais nojentas, asquerosas mesmo, de destruir reputações. Os extremistas o mostram com um orgulho hipócrita típico, carregado de machismo, misoginia e preconceito que só se encontra na deep web. Mas circula abertamente nos grupos de whatsapp, telegram e outras plataformas.
Quando tentam destruir a reputação de Janja, uma mulher que assume o protagonismo por sua atuação na área cultural e política, tentam na verdade compará-la com as senhoras “recatadas e do lar”, submissas e arrebatadas. E, por tabela, atingir o presidente Lula.
Fosse um site ou uma empresa de comunicação devidamente registrada com CNPJ e tal, já estaria sendo processada ou estaria fora do ar. Mas como é conteúdo de terceiros divulgados nas plataformas das big techs, nada acontece. Fica aquilo ali no ar, até que se resolva substituí-lo por coisa pior ou até que uma arrastada decisão judicial mande removê-lo, quando já é tarde demais e o estrago está feito.
No caso, o nível é rasteiro, mais ou menos parecido com aquilo que fizeram com Manuela D’Ávila, no RS, impunemente. É coisa criminosa, mal elaborada, mas que satisfaz a sanha do gado louco que ainda reverencia o facínora covarde de Miami. Gente com a qual não há diálogo possível, porque política e cognitivamente incapazes.
O caso de Janja é um entre milhares que pipocam diariamente nas redes sociais. Todo dia tem vários de pessoas que querem se tornar influencers e ganhar muito dinheiro da noite para dia ou simplesmente destruir a vida do outro.
Então, é preciso colocar um limite nisso. É urgentemente necessário que haja um marco regulatório para as big techs para que sejam responsabilizadas pelo conteúdo de terceiros que divulgam assim como qualquer outro. Até para que haja justiça com as demais empresas de comunicação que estão sob o jugo da lei e da Constituição. E, principalmente, para que exista justiça para as vítimas das calúnias, difamações, “zombarias” e mentiras divulgadas cotidianamente.
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.