Empresários golpistas tentam se fazer de vítimas após se tornarem alvos da Polícia Federal, mas são apenas covardes que se escondem atrás de montanhas de dinheiro
(*) Fernando Benedito Jr.
O grupo de empresários “reaça” reunidos no grupo de Whatsaap “Empresários & Política”, transformados em alvos da Polícia Federal nesta terça-feira, um dia após seu líder supremo mentir em entrevista ao Jornal Nacional – afirmando que nunca xingou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – mudou completamente de opinião.
Do “Eu autorizo”, das claras manifestações em favor da ditadura e do totalitarismo, do financiamento do cerco dos “300 de Brasília” ao STF e do apoio às declarações de que um cabo e um soldado num jipe fechariam o Supremo, tornaram-se democratas de primeira hora.
Acuados pela “batida” determinada pelo ministro Alexandre de Moraes na manhã de hoje, tentam se fazer de vítimas da “perseguição implacável”, da “sanha perseguidora” do presidente do TSE. Na verdade, são uns covardes que se escondem atrás das montanhas de dinheiro para financiar atos anti-democráticos. A montanha de dinheiro pariu um bando de ratinhos medrosos. Tal qual a Sarah Winter, o Zé Trovão, o blogueiro fugido para Miami.
São muito bons de gogó enquanto se acham sobre a proteção do líder supremo, como Daniel Silveira. Uma vez confrontados, enfiam o rabo entre as pernas e desconversam.
E como desconversam! Senão, vejamos o que dizem os “alvos” da Polícia Federal quando a porca torce o rabo:
– Sempre defendi a democracia, a liberdade de expressão e opinião. Estou tranquilo, porque não tenho nada a temer e estou com a verdade ao meu lado – diz Luciano Hang, o véi da Havan, cheio de mi-mi-mi.
– Nunca defendi, verbalizei, pensei ou escrevi a favor de qualquer movimento antidemocrático ou de “golpe”. Assim, sou a favor da liberdade, democracia e de um processo eleitoral justo, sustenta o empresário Afrânio Barreira Filho, da Coco Bambu, depois da taquarada.
– Ainda desconhecemos o inteiro teor do inquérito, mas ele [Raymundo] se colocou e segue à disposição de todas as autoridades para prestar os esclarecimentos, desconversa o mais reaça entre os reaças, Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, fundador da marca de surfwear Mormaii, agora disponível e solícito.
“Descendente de uma família polonesa judia, o senhor Ivan sempre soube o perigo que ditaduras podem causar. Cumpre ressaltar que, em 1968 [durante o regime militar], quando aluno do IME [Instituto Militar de Engenharia], foi convidado a se retirar da instituição por ter se manifestado contrário ao AI-5 [Ato Institucional nº 5]”, dizem os advogados de Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia, transformando o coitado quase num perseguido dos guetos de Varsóvia a guerrilheiro contra a ditadura.
Eis como se posicionam os “democratas” após a decisão do ministro Alexandre de Moraes. E o ministro está coberto de razão. É preciso dar logo um paradeiro nestes disparates anti-democráticos antes que seja tarde. E mais: medida de tamanho impacto, mexendo com este nível do PIB não foi tomada de maneira intempestiva. Certamente o foi após indícios de que algo grave está sendo articulado nos bastidores do governo de milicianos, sustentado por esta burguesia atrasada, estúpida e apodrecida.
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.