Cidades

Doença que causou mortes permanece sem diagnóstico

Mais quatro detentas foram levadas nesta segunda-feira ao Hospital Municipal; segundo a PMI, elas passam bem

 

IPATINGA – Seis detentas do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Ipatinga permaneciam internadas no Hospital Municipal de Ipatinga até o final da tarde desta segunda-feira (14), sem maiores complicações clínicas.
O estado de saúde das presidiárias foi informado por representantes da Secretaria Municipal de Saúde durante entrevista coletiva. Os integrantes do governo Robson Gomes (PPS) afirmaram não haver motivo para alarde entre os funcionários que trabalham no Hospital Municipal e nem na população.
“Temos seis pacientes provenientes do Ceresp. Elas estão na mesma ala de isolamento do hospital. As detentas passam muito bem. Nesta segunda-feira recebemos quatro mulheres. Em situações normais, elas seriam examinadas e liberadas. Mas preferimos mantê-las em observação por 24 horas. Se elas permanecerem como estão, vão receber alta nesta terça”, falou a médica infectologista do Hospital Municipal, Carmelinda Lobato.
Ela ainda disse que estão descartadas as suspeitas de hepatite viral A e B e até o presente momento não há resultados positivos para Influenza A (H1N1), doenças sexualmente transmissíveis e meningite.
Das pacientes que foram internadas na sexta-feira (11), data em que foi detectado o surto de doença aguda, duas ainda seguem internadas. A doença de causa indeterminada ocasionou a morte de duas presidiárias que dividiam a mesma cama na ala feminina da unidade prisional.
Arlen Ferreira, secretário municipal de saúde, garantiu que a equipe do hospital tomou todas as medidas cabíveis para evitar um surto da doença pelo hospital, e por isso não havia motivos para a população se preocupar.
“Não tem nenhum risco de surto e nem a necessidade de quarentena ou vacinação nas unidades de saúde do município, nem mesmo no Hospital Municipal ou Policlínica. O que houve foi uma situação atípica”, garantiu.
O diretor da unidade hospitalar, Eclair Fenske, revelou que a maioria dos pacientes vindos do Ceresp teve um quadro sintomático de ansiedade. Como não houve caracterização de problemas de saúde, as pessoas encaminhadas receberam alta.

MÁSCARAS E LUVAS
A reportagem recebeu na manhã de ontem a informação de que a direção do Hospital Municipal proibiu vigiais e funcionários da recepção de usarem luvas e máscaras durante o expediente. A medida seria para não alarmar quem chega à unidade hospitalar em busca de atendimento.
“Essa informação não é verdadeira. Imagina, em momento algum. Temos uma ala do hospital que foi bloqueada exclusivamente. Todos os equipamentos de segurança (EPI) estão disponibilizados. Só que esse EPI deve ser usado somente pelas pessoas que estão cuidando desses pacientes”, alegou Carmelinda.
Apesar de negar os questionamentos de proibição de uso de máscaras, a médica confirmou que o uso de luvas máscaras estava sendo feito apenas por quem tinha contato com as pacientes. “O Hospital é muito grande. Por exemplo, nós temos o bloco D, que fica muito longe dessa ala, então quem trabalha nesse local não precisa usar máscara. As pacientes que estão chegando entram por uma porta separada, e não pela mesma porta de usuários normais. Se o funcionário está usando EPI desnecessariamente, pode alardear mais ainda a população. É o mesmo raciocínio de nós estarmos aqui de máscara conversando com vocês, uma vez que estivemos dentro do hospital”, exemplificou a médica.
Eclair completou as informações dadas pela infectologista. “Existe um protocolo clínico e normas técnicas no local onde se fazem os atendimentos. Todos os EPI’s e equipamentos necessários para o atendimento estão sendo feitos. Inclusive com o pessoal do Ceresp, eles têm um contato direto com as supostas detentas que têm uma suposta doença”, pontuou.
O diretor do Hospital Municipal reforçou que não é necessário equipar todo um hospital para tratar uma ala isolada e um paciente determinado. Para evitar mais transtornos, foi criada uma porta específica para receber as detentas com sintomas. “Imagine se a recepcionista trabalhar de máscara, quem vai querer chegar ao hospital? Todo o fluxo do Ceresp está sendo direcionado para um ambiente exclusivo”, concluiu.

BLOQUEIO

A gerente da Seção de Vigilância Epidemiológica de Ipatinga, Micheli Moreira Egydio, finalizou esclarecendo que a ala foi desinfetada com água sanitária (hipoclorito de sódio) e a parte externa do Ceresp desratizada.
“As medicações de bloqueio para a ala feminina e funcionários foram disponibilizadas pela Superintendência Regional de Saúde e pela Secretaria Municipal de Saúde, e também foram realizadas coletas de amostras de água e alimentos”, relatou Micheli.

Infectologista disse que estão descartadas as suspeitas de hepatite viral A e B

Corpo de gato foi achado próximo de caixa d´água
(Da Redação)
– A última nota à imprensa encaminhada pela Secretaria de Estado de Saúde, no final da tarde de sábado (12), informava que a principal suspeita clínica era um quadro de febre hemorrágica, que pode ser causada por diversos tipos de vírus. Por isso, estão sendo feitos exames para febre amarela, dengue e hantavirose. Essas suspeitas se devem ao fato de agentes municipais de Saúde terem encontrado próximo a uma caixa d`água, na entrada do presídio, o corpo de um gato. Por isso, as suspeitas principais são de doenças transmitidas pelos ratos, como a Leptospirose e Hantavirose.
Foram coletadas amostras de alimentos e água que são servidos aos detentos do Ceresp de Ipatinga, as quais serão submetidas a exames com o objetivo de identificar quais são os agentes contaminantes. Agentes da Vigilância Sanitária também farão inspeção para avaliação do restaurante que fornece alimentos para o Ceresp. No sábado, foi suspensa a quarentena na ala masculina do presídio.

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