No Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer, celebrado nesta quinta-feira, 21 de setembro, especialistas chamam atenção para os principais sintomas da patologia
IPATINGA – O Alzheimer é uma doença de caráter neurodegenerativo, progressivo, causada por alterações celulares que levam à perda dos neurônios, condição que se espalha pelo cérebro. A patologia, que é considerada a mais comum entre as síndromes demenciais, podendo representar até 60% dos casos, atinge comumente pessoas a partir de 65 anos, provocando mudanças de comportamento, personalidade e perda da cognição.
Para a ciência, a manifestação mais comum da doença está relacionada à memória, onde, segundo especialistas, ocorre o início das alterações celulares. Estima-se que no Brasil, 1,2 milhão de pessoas convivem com a doença, dentre 50 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo o Ministério da Saúde. Com o objetivo de chamar a atenção para o cenário da doença e a importância do enfrentamento, foi instituído no Brasil, por meio da Lei nº 11.736/2008, o dia 21 de setembro, como Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer.
DIAGNÓSTICO PRECOCE
Para o neurologista da Fundação São Francisco Xavier, Wesley Moreira Vieira, o destaque dado a data é fundamental para alertar à população sobre a importância do diagnóstico precoce da doença, as principais formas de tratamento, além de orientações e assistência necessárias aos familiares dos pacientes.
“Existe uma estimativa para casos de Alzheimer, no qual a cada 100 mil habitantes, 1 mil pessoas são diagnosticadas pela patologia. Considerando uma população estimada de 600 mil pessoas, na região metropolitana do Vale do Aço, cerca 6 mil pessoas podem ser portadoras da doença”, alerta o neurologista.
AVALIAÇÃO MÉDICA
Ainda de acordo com Wesley, para um diagnóstico preciso do Alzheimer é necessária uma avaliação médica aprofundada. Entre os sintomas primários da doença está a confusão mental, perda de memória, mudanças de humor, dificuldades de reconhecimento de pessoas e lugares, entre outros.
Após uma cirurgia de aneurisma, o aposentado Lincoln Dias Heringer, 79 anos, pai da fonoaudióloga, Mônica Heringer, apresentou os primeiros sinais de esquecimento. Os sintomas de confusão mental evoluíram e após uma viagem internacional em família, quando o pai esqueceu a senha do cartão de crédito, Mônica procurou o médico e o pai foi diagnosticado com Alzheimer.
“Ele ficou muito nervoso com a situação e após retornar da viagem, decidimos retornar ao médico. Meu pai ainda passou por um episódio de surto, que evoluiu para que ele ficasse acamado. Com o tratamento, o apoio de uma equipe multidisciplinar e suporte da família, ele evoluiu para uma melhora significativa dentro do quadro, voltou a andar e ainda diminuiu o uso de medicamentos”, ressalta Mônica.
FATORES DE RISCO
Para a ciência, o avanço da idade é considerado o fator elementar provocador da doença, tendo a maior parte dos diagnósticos comprovados em pessoas com idade a partir de 65 anos ou mais. A condição genética também é reconhecida como influenciadora da patologia. Contudo, existem outros fatores de riscos considerados modificáveis como, diabetes descompensado, colesterol alto, hipertensão arterial descontrolada, isolamento social, depressão, insônia e sedentarismo, são perfis que segundo os especialistas, condicionam o paciente a uma possibilidade de manifestação mais precoce da doença.
TRATAMENTO E CUIDADOS
Para a medicina, embora ainda não exista um tratamento efetivo comprovado no combate à doença, a indústria farmacêutica disponibiliza para o mercado, medicações que trazem melhoras e diminuição do ritmo dos sintomas provocados pelo Alzheimer.
“A ciência tem avançado no tratamento da doença. Ainda em âmbito experimental, alguns medicamentos provaram modificar a evolução do Alzheimer, mas a medicina ainda precisa avaliar e considerar os efeitos colaterais que esses remédios podem trazer. O mais importante é que existe uma luz no fim do túnel, com a possibilidade de mudar o que causa a doença”, destaca o especialista.
Além do suporte profissional e medicamentoso, os especialistas destacam a importância do engajamento familiar como apoio crucial no tratamento, além da promoção de atividades de lazer e sociais, que envolvem o estímulo cognitivo, com o objetivo de garantir qualidade de vida ao paciente.