Nacionais

Dilma defende pacto político e econômico

Marcelo Camargo/Agência Brasil

BRASÍLIA – A presidenta Dilma Rousseff defendeu ontem (7) um pacto pelo entendimento nacional para superar as crises política e econômica. “O Brasil hoje precisa de um grande pacto. O Brasil já superou momentos difíceis fazendo pactos, mas nenhum pacto ou entendimento prosperará se não tiver como premissa o respeito à legalidade e à democracia”, disse a presidenta.

“Quero um entendimento nacional porque governo para todos os 204 milhões de cidadãs e cidadãos [brasileiros]. Portanto, a intolerância e o ódio não servem a um governo responsável. Desde que assumi o segundo mandato, busco, busquei e buscarei consensos capazes de nos fazer superar toda e qualquer crise”, acrescentou.

RESPEITO
Segundo Dilma, existem algumas condições para esse pacto ser alcançado: o respeito ao resultado das urnas, o fim das pautas-bomba no Congresso Nacional, que aumentam os gastos públicos, a unidade pela aprovação de reformas, a retomada do crescimento econômico, a preservação dos direitos conquistados pelos trabalhadores e “a necessária, imprescindível e urgente reforma política”.

“Esse é o pacto que eu busco: trabalhar para superar a crise, voltar a crescer e agir para entregar ao meu sucessor um Brasil muito melhor no dia 1º de janeiro de 2019”, afirmou a presidenta para uma plateia formada por mulheres representantes de movimentos sociais e sindicais como as marchas das Margaridas, Mundial das Mulheres e das Mulheres Negras e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que foram ao Palácio do Planalto para apoiar o mandato de Dilma.

Na cerimônia, que durou mais de duas horas, as feministas gritaram palavras de ordem como “no meu país, eu boto fé, porque ele é governado por mulher”, “somos todas Dilma” e “não vai ter golpe e vai ter luta”.
Nas últimas duas semanas, Dilma recebeu o apoio de juristas, intelectuais, artistas e de representantes de movimentos sociais em defesa de seu mandato no Planalto.

Marcha das Margaridas defende a democracia

BRASÍLIA – Mulheres de movimentos sociais e sindicais manifestaram ontem (7) apoio à presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto. Em discursos, durante o Encontro com Mulheres em Defesa da Democracia, elas se posicionaram contra o impeachment. A presidenta recebeu dos movimentos manifestos em favor da democracia. A integrante da Marcha das Margaridas, Alessandra Lunas, destacou que as mulheres camponesas estão nas ruas em defesa do mandato da presidenta Dilma.

“Nós mulheres estamos sempre nas ruas dizendo que estamos em defesa da democracia porque ela para nós é um princípio fundamental para garantir a igualdade no nosso país. Não admitiremos que desmontem a democracia e os instrumentos de lutas da classe trabalhadora que é o que garante o não retrocesso de direito”, destacou.

MACHISMO

A representante da Marcha Mundial da Mulheres, Sônia Coelho, disse que a presidenta Dilma tem sofrido ataques relacionados à questão de gênero, os quais ela classificou de machistas. “Queremos repudiar a violência que tem sofrido a presidenta Dilma com ataques racistas, machistas. Quando ataca uma mulher no poder, ataca todas nós mulheres brasileiras. Quero dizer que somos parte dessas mulheres que estamos nas ruas dizendo que não vai ter golpe.”

Em diversos momentos da cerimônia, as mulheres entoaram em coro gritos de ordem como “No meu país eu boto fé porque ele é governado por mulher” e “Não vai ter golpe e vai ter luta”.

A presidenta da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatraf), Creuza Maria de Oliveira, listou as conquistas sociais obtidas pelas domésticas. “Estamos também participando da defesa desse governo, que é nosso. Queremos respeito a esse mandato democrático, eleito pelo povo, pelas mulheres. Não podemos aceitar que a Constituição deste país seja rasgada. Queremos dizer: mexeu com ela, mexeu conosco. Não vamos aceitar retrocesso.”

REPORTAGEM

Nos discursos, participantes do evento criticaram reportagem da revista IstoÉ que diz que a presidenta “está fora de si” e com “problemas emocionais”. “Queremos aqui repudiar atos e manifestações como o da Revista IstoÉ que atentam a cada uma de nós”, disse Alessandra Lunas, da Marcha das Margaridas. Ao discursar, a presidenta Dilma também criticou a reportagem, disse que está “indignada” e que demandou que a revista seja processada. “Essa revista vem sistematicamente mentindo e incentivando o ódio e a intolerância”, disse.

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com