Cidades

Descaso no Hospital Municipal pode acabar provocando mortes

Funcionários do Hospital Municipal durante protesto: possibilidade de greve não é descartada caso a situação não seja resolvida    (Crédito: Nadieli Sathler)

 

IPATINGA – Os funcionários do Hospital Municipal aguardavam para sexta-feira (13) um retorno do governo Robson sobre quando seriam pagas as horas-extras feitas no mês de junho.
Ao mesmo tempo em que a reportagem do DIÁRIO POPULAR conversava com os pacientes, os servidores da unidade estavam reunidos com a direção do hospital em busca de uma resposta sobre o pagamento.
A categoria foi surpreendida no início do mês com a notícia de que a Prefeitura não mais arcaria com as horas-extras, além de não pagar pelas horas trabalhadas no mês de junho.

SEM PREVISÃO
Desde terça-feira (10), quando os trabalhadores decidiram não mais “tapar os buracos” nas escalas de serviço do Hospital, várias reuniões foram feitas entre os representantes dos servidores, Sindicato dos Servidores Públicos de Ipatinga (Sintserp) e integrantes do governo municipal na tentativa de construir uma saída para o problema.
Inicialmente, apenas o diretor Eclair Fensk estava na reunião com os funcionários. Mas, diante do tumulto feito pelos pacientes e da pressão dos trabalhadores, o secretário municipal de saúde Wagner Barbalho (que não compareceria) chegou à assembleia da categoria com mais de uma hora de atraso.
Só que as notícias não agradaram aos servidores. O secretário informou sobre a expectativa de que as horas extras sejam pagas, mas não precisou quando.

RISCO
Marcione Menezes, assistente social da unidade, esclareceu que os funcionários do hospital estão trabalhando apenas nas horas em que estão escalados. Os dias e horários que não tem ninguém na escala estão em aberto.
Ainda durante a reunião o secretário confirmou para os servidores que foi chamado pela direção do Hospital Márcio Cunha para explicar sobre as dificuldades que o município vem enfrentando. “O secretário nos informou que estão tentando buscar recursos no Estado para tentar melhorar a situação no Hospital. Ele disse que, se não melhorar, vai cortar o atendimento de outros municípios, ficando apenas os casos de Ipatinga”, revelou.
Sobre a falta de médicos durante o final de semana, os trabalhadores confirmaram que aos sábados e domingos não existem médicos escalados nas letras, e se alguém trabalhar estará fazendo hora extra.
“Se os médicos não vierem, não haverá pediatria, clínica médica e cirurgia. Os funcionários estão chateados. Nós temos muito orgulho de trabalhar no Hospital, mas infelizmente não dá pra trabalhar de graça”, pontuou.
Funcionários que estavam no encontro relataram que o secretário disse que se morresse algum paciente dentro do Hospital Municipal a culpa seria dos trabalhadores, que segundo ele se recusam a trabalhar.

TOMÓGRAFO
Apesar de ter inaugurado no início deste mês um aparelho de tomografia, os pacientes que necessitam de fazer o exame continuam sendo encaminhados para o Hospital Márcio Cunha. O mesmo tem sido feito com os casos de doentes que necessitam de hemodiálise na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) da unidade municipal.
“Se um paciente internado em estado grave necessitar de fazer a hemodiálise e não for transferido para outros hospitais que fazem o procedimento, eles vão morrer, porque não existe no Hospital Municipal máquina de hemodiálise funcionando”, denunciou.

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