Imunização infantil não terá exigência de receituário médico e atingirá crianças de 5 a 11 anos
BRASÍLIA – Derrotado em consulta pública e audiência com autoridades científicas sobre a vacinação de crianças contra a covid-19, o governo federal anunciou hoje (5) a inclusão de crianças de 5 a 11 anos no plano de operacionalização de vacinação contra a covid-19. As primeiras doses de vacinas contra a doença destinadas a crianças de 5 a 11 anos deverão chegar ao Brasil no dia 13 de janeiro. Está prevista uma remessa de 1,2 milhão de doses do imunizante da Pfizer – o único aprovado até o momento pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
ATRASO
A decisão só foi tomada após nova polêmica criada pelo presidente Jair Bolsonaro, com apoio do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Os negacionistas da vacina, capitaneados pelo presidente da República, insistiram que a vacina era prejudicial às crianças, Bolsonaro afirmou várias vezes que não vai vacinar a filha de 11 anos. Queiroga, em obediência ao chefe criou várias manobras protelatórias contra a vacinação infantil como a consulta pública e a audiência com cientistas, mesmo após decisão da Anvisa favorável à vacinação e de declaração da própria Secretaria Executiva do Ministério da Saúde a favor da campanha.
DOSES PEDIÁTRICAS
O Brasil receberá, no primeiro trimestre de 2022, 20 milhões de doses pediátricas destinadas a este público-alvo, que é de cerca de 20,5 milhões de crianças. O Ministério da Saúde receberá, ainda em janeiro, um lote de 3,74 milhões de doses de vacina.
O esquema vacinal será com duas doses, com intervalo de oito semanas entre as aplicações. O tempo é superior ao previsto na bula da vacina da Pfizer. Na indicação da marca, as duas doses do imunizante poderiam ser aplicadas com três semanas de diferença.
Segundo o Ministério da Saúde, será preciso que a criança vá vacinar acompanhada dos pais ou responsáveis ou leve uma autorização por escrito.
O Ministério também recomendará uma ordem de prioridade, privilegiando pessoas com comorbidades e com deficiências permanentes; indígenas e quilombolas; crianças que vivem com pessoas com riscos de evoluir para quadros graves da covid-19; e em seguida crianças sem comorbidades.