Cidades

Defesa de Saulo Manoel alega que recursos mantêm Associação

(Crédito: Arquivo DP)

 

IPATINGA – O vereador Saulo Manoel (PT) convocou nessa quarta-feira (3), uma coletiva de imprensa, na sede da Associação Habitacional de Ipatinga, para se defender das denúncias veiculadas nos jornais da capital mineira, da acusação de participar de uma quadrilha que pratica fraude no programa federal “Minha Casa, Minha Vida”, cobrando uma mensalidade de possíveis beneficiários.

O parlamentar, que é um dos fundadores da Associação Habitacional de Ipatinga, é apontado pela Polícia Civil como líder do esquema. Na coletiva, o advogado Carlos Castilho Alves estava representando o vereador petista, a Associação e a chefe de gabinete e também presidente do Partido dos Trabalhadores de Ipatinga, Usânia Aparecida Gomes.

O inquérito policial e o pedido de prisão foram para seis indiciados e têm como base depoimentos de beneficiários que acusam o vereador de trocar imóveis por votos. Integrantes de associações de bairros também confirmaram que o vereador se utiliza do programa com fins eleitorais.

DEFESA

“O professor quando é candidato ele pede voto dentro do professorado e fala de educação. O policial, como é o caso do delegado responsável pelas investigações, que foi candidato pelo PV, em seu discurso ele falou de segurança pública. Todos os candidatos falam daquilo que faz. Óbvio que, politicamente, ele (Saulo) vai angariar vantagem dentro do ambiente (a associação) porque ele faz parte da fundação. Mas o Saulo não está em seu quarto mandato em função deste beneficio”, disse o advogado em defesa do vereador.

Castilho afirma que os associados realmente contribuem com a Associação Habitacional, e que os valores são os mesmos apontados no inquérito – R$ 3 e R$ 10 reais –, porém, a defesa afirma que o dinheiro é utilizado para sustentar o projeto, que não possuiu fins lucrativos.

“Nós não recebemos verba de empresas, nem banco e nem de lugar nenhum. Neste ano de 2014 nós conseguimos um apoio através de projeto votado na Câmara; porém, quantos anos ficamos sem receber esse convênio? Como se sustenta uma entidade se não for através dos seus associados? Precisamos cobrar para pagar, aluguel, água, funcionário, luz, telefone, análise de projetos, solos e escrituras e residências”, explica.

TESTEMUNHAS
Quando questionado sobre as declarações das testemunhas, que envolvem o parlamentar no esquema, Castilho disse que teve acesso ao depoimento das duas pessoas arroladas no inquérito e que em nenhum momento elas confirmaram que foram obrigadas a trabalhar em campanhas eleitorais de Saulo.

Segundo o inquérito, ao prestar esclarecimentos aos policiais, uma das testemunhas disse que participava há cinco anos de reuniões da Associação Habitacional de Ipatinga, sempre pagando taxa mensal, e ainda foi obrigada a trabalhar em campanha eleitoral.

“Tenho documentos que provam que essas testemunhas não disseram isso. Eu tenho cópia dos depoimentos dessas duas pessoas na delegacia, que foram arroladas no processo. Essas duas declarantes foram claras ao dizer que nunca foram obrigadas a pedir voto para Saulo e nem trabalhar”, conclui.

ASSOCIAÇÃO
Carlos Castilho disse que a Associação Habitacional de Ipatinga não é um projeto que surgiu há pouco tempo. Segundo a defesa, a entidade funciona há 25 anos e já entregou em Ipatinga mais 3 mil casas oriundas de projetos habitacionais.

O advogado relata também que a entidade tem o papel de viabilizar os recursos de programas habitacionais, organizar aqueles que querem se associar, para depois lutar pelos recursos. “Não fazemos doações de casa para ninguém, apenas funcionamos como o motor do processo”.

Castilho conta que a associação não faz promessas da casa própria para nenhum dos associados. Ele relata que a entidade explica aos envolvidos o porquê da contribuição e onde é investido esse dinheiro.
“O associado não tem nenhuma garantia de que terá o imóvel. O que fazemos é lutar e buscar junto ao interessado uma maneira de viabilizar esses recursos. Não há um prazo, pode demorar um ano ou até cinco”, acrescenta.

MINHA CASA, MINHA VIDA
A defesa afirma que a imprensa já incriminou a entidade e os funcionários que trabalham no local, sem ouvir o outro lado. Castilho declarou que a associação foi apontada no inquérito como objeto de crime na cidade, em relação ao programa “Minha Casa, Minha Vida”, porém, nenhum apartamento vinculado ao programa do governo federal foi entregue em Ipatinga.

“O policial que investigou a Associação deveria ter colocado no inquérito que a entidade não entregou nenhum apartamento sequer em Ipatinga, vindo do programa federal “Minha Casa, Minha vida”. Isso é uma jogada política que terá a reparação no momento próprio”, finaliza.

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