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Cúpula dos Povos repudia falsas soluções e critica modelo capitalista

Declaração final pede transição dos modos de produção globais

BELÉM – A Cúpula dos Povos terminou neste domingo (16) na Universidade Federal do Pará, em Belém (PA), se opondo a “falsas soluções” para o clima e com um apelo às autoridades mundiais por uma transição dos modos de produção global que garanta justiça, soberania e participação popular.

O encontro reuniu, desde o dia 12 de novembro, cerca de 20 mil participantes em uma programação paralela à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

Belém (PA), 14/11/2025 – Marcha Global pelo Clima, evento paralelo à COP30. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

GRITO COLETIVO

Além dos painéis, mesas redondas e atividades coletivas, a cúpula teve início com uma barqueata na Baía do Guajará, com a participação de 5 mil pessoas em 250 embarcações. O encontro também foi marcado por uma passeata que agregou outros movimentos e alcançou uma participação de 70 mil pessoas, afirmam os organizadores.

“As pessoas viram nessa mobilização popular a possibilidade de gritar mais alto, de gritar coletivamente perante o processo que está acontecendo no espaço oficial da COP30, de onde nós não podemos esperar as soluções que estão demorando demais”, diz Darcy Frigo, integrante da Comissão Política da Cúpula do Clima.

“Nós gritamos aqui que quem tem a solução são os povos. E os povos dizem: ‘nós somos a solução’”.

Uma declaração construída ao longo de dois anos por povos de todo o mundo (leia aqui) e assinada por 1.109 organizações sociais e movimentos políticos foi lida neste domingo e entregue ao presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago.

FALSAS SOLUÇÕES

No conteúdo, o documento repudia o modelo de produção global e todos os processos que seguem a sua lógica capitalista, como o da transição energética, das soluções apresentadas nas negociações formais das COPs e até mesmo do processo de multilateralismo adotado.

“A produção capitalista é a principal causa dessa crise do clima. E porque nós estamos dentro desse sistema, somos bombardeados com supostas soluções climáticas, que, na verdade, são falsas soluções”, diz Thauane Nascimento, que também integra a Comissão Política da Cúpula do Clima.

“Então, a gente é totalmente contrário, contrárias, a qualquer falsa solução que é colocada como alternativa ao combate à crise climática. Essas soluções não irão cumprir o seu propósito”.

Segundo os organizadores da cúpula, o emprego de uma lógica em que o capital prevalece faz com que grandes empresas ocupem os espaços de tomada de decisão e estruturação de políticas públicas, de forma a propor essas “falsas soluções” como alternativas à crise climática.

Belém (PA), 16/11/2025 – Cacique Raoni Metuktire durante encerramento da cúpula dos povos Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

CAMINHO

“A gente entende que essa organização dos povos é o caminho, é o modelo para a solução dessa crise. Outra coisa que a gente quer também afirmar é que essa privatização, mercantilização, financiarização dos bens comuns, dos serviços públicos, elas são totalmente contrárias aos interesses do povo. Isso não é só aqui em Belém do Pará, isso não é só no Brasil, é no mundo inteiro”, reforça Thauane.

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