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Cruzeiro nega caso de ‘compra de juiz’

Cruzeiro EC/Light Press


BH
– A declaração do supervisor de futebol do Cruzeiro, Benecy Queiroz, sobre a tentativa de “compra de um juiz” foi criticada pelo vice-presidente de futebol do clube, Bruno Vicintin. Responsável por apresentar o meia argentino Matías Pisano, o dirigente definiu como “infeliz” a declaração de Benecy e citou outros casos polêmicos do futebol mineiro que envolvem arbitragem.

“Primeiro, é óbvio que a posição oficial quem dará é o presidente do clube. Posso falar como vice de futebol. Foi uma entrevista infeliz. Benecy tem 45 anos como funcionário do clube. Pouca gente viu o programa. Ele vinha contando causos. É público que futebol mineiro tem causos e lendas. Existe o caso do Cidinho “Bola Nossa”. Diz a lenda que num jogo entre Cruzeiro e rival, ele disse que a bola era nossa, no caso do rival. Não sei se é mentira. Há o caso do Joaquim Cocó, que ganhou o apelido por a torcida do Cruzeiro achar que ele favorecia o rival. Ganhou o apelido pelo som que a ave que representa o rival faz. Benecy falava sobre isso”, comentou Vicintin.

ABSURDO
“Foi uma declaração infeliz. Ele se confundiu todo na declaração. Ele começa a falar sobre alguém comprar o árbitro, depois diz que o dinheiro foi mal empregado. Desafio qualquer pessoa a dizer algum título do Cruzeiro que foi conquistado com ajuda da arbitragem. O Cruzeiro foi muito prejudicado e não teve essa repercussão. Em 1974, o Cruzeiro foi muito prejudicado e foi vice. Em 2010, também foi muito prejudicado. A diferença para ser hexacampeão brasileiro passa por isso. Cheguei a ler que Benecy comprava árbitros em várias décadas, o que é o cúmulo do absurdo. A posição oficial do clube será passada pelo presidente”, acrescentou o vice-presidente de futebol do Cruzeiro.

PUNIÇÃO
Bruno Vicintin se esquivou sobre a possibilidade de Benecy Queiroz receber uma punição da diretoria do Cruzeiro. Ele deixou essa decisão nas mãos do presidente Gilvan de Pinho Tavares. “Isso cabe ao presidente comentar. Ele não me chamou para comunicar nada sobre esse assunto”, disse.

“O que falei, está falado”

A declaração polêmica de Benecy Queiroz foi dada em entrevista ao programa Meio de Campo, da Rede Minas. Procurado posteriormente, ele afirmou que “o que falou está falado”.
Durante sua fala, Benecy mostrou uma incoerência. Ele afirma que Vitor defendia a meta cruzeirense na ocasião da tentativa de compra do juiz. O goleiro esteve no Cruzeiro entre 1971 e 1984. Já o técnico, que, também de acordo com o dirigente era Ênio Andrade e estava no clube durante o episódio, esteve na Toca da Raposa em 1989; 1990; 1991-1992; 1994; 1995. As informações são do Almanaque do Cruzeiro.

Leia o trecho polêmico:

"Existe a mala branca. Times menores aceitam. Não digo que é suborno. Se a gente partir do pressuposto que é suborno, efetivamente os clubes não pagariam bicho para ganhar.
Eu só vou citar um caso específico, específico e não falo o nome. Aqui em Minas Gerais. O treinador era Ênio Andrade, e nós, através da indicação de uma pessoa, achamos que compramos um juiz. E o juiz, falou:
– Olha, fique tranquilo que o time adversário não sai do meio campo.
Nos 45 primeiros minutos, ele deu muita falta só no meio do campo. Aí, então, falei:
– Olha, acho que vai dar certo.
Só que, por azar nosso, o adversário chutou uma bola do meio do campo. O goleiro, eu posso falar, Vitor, no ângulo, gol do adversário. E o juiz continuou dando falta só no meio do campo. Na época a gente podia entrar no gramado, aí uma hora eu falei com ele:
– Eu paguei para você. Vê se dá um pênalti. Aí ele falou:
– Manda seu time ir lá para frente que dou o pênalti. Aí eu falei com o capitão:
– Manda o time ir para frente, temos que empatar o jogo.
O time foi para frente, mas toda bola ele dava falta contra o Cruzeiro. Daí, cheguei à conclusão que empreguei o dinheiro errado."

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