(*) Fernando Benedito Jr.
Foto: Alguns dos revoltosos foram avistados no Lago Sul
Estudos feitos pela Universidade de Halfstromm, nos Países Baixos, revelam o que já se sabia há muito tempo: idade não define o caráter de ninguém, só que os estudiosos foram mais longe e descobriram também que ocorre a mesma coisa em relação a credo, raça, nível escolar, preferência política e por time de futebol e, principalmente, nível de renda.
No nível de renda a coisa piora muito. Todo mundo pertence a algum nível de renda e a distância a ser percorrida entre o miserável e o milionário é longa. Quando vai-se discutir o caráter pelo nível de renda a coisa fica interminável, porque é muito mau-caratismo reunido entre o nível mais baixo e o mais alto de renda, passando pelo fosso que os separa, a norte, sul, leste e oeste.
Tal constatação, cientificamente embasada, decorre de tudo o que se viu antes e depois de 8/1 em Brasília, que, certamente, no futuro, servirá de material para novos estudos sociológicos a respeito do tema e de como se formam as turbamultas.
Outro recente estudo, de Orlando Furioso, intitulado “Como o Mau-caratismo se Enraíza na Sociedade Brasileira – Fundamentos Psíquicos”, faz uma analisa mais detida sobre como a incapacidade de raciocínio provocada pelo déficit cognitivo leva à destruição de bens materiais.
Furioso se baseia em análises e estudos feitos ao longo dos últimos quatro anos para concluir que o advento das redes sociais, em particular o aplicativo Whatsapp, é um dos principais responsáveis pelo aumento do déficit cognitivo e também do comumente se chama de “lavagem cerebral”, seguido do Telegram, Facebook, redes sociais de dancinhas e teorias de conspiração.
Depois de catarses coletivas provocadas pela invasão de reptilianos, aproveitando-se das condições favorecidas pela terra plana; da onda anti-vacina em razão do uso descontrolado de chip chinês para transformar humanos em jacarés, comunistas e gays
– conforme se viu em diversas partes do planeta –; veio a invasão de Brasília, causada por petistas infiltrados nas portas de quartéis do exército para destruir o pacífico movimento antidemocrático dos vândalos golpistas.
É isso. O mundo vive uma reviravolta jacareniana chipada contra os notáveis e ilustres cidadãos e cidadãs de bem que só querem a liberdade de uma manhã radiante em Miami.
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.