(DA GAÚCHA ZH – PORTO ALEGRE) – Manifestantes protestam na tarde desta sexta-feira (20) em frente ao hipermercado Carrefour no bairro Passo d’Areia, zona norte de Porto Alegre. Dezenas de pessoas param o trânsito e recebem apoio dos motoristas que trafegam pela Avenida Plínio Brasil Milano.
Moradores da região colocaram velas e uma flor com um cartão: “Não te conhecia, mas sinto a sua dor”. Foi neste hipermercado que João Alberto Freitas morreu após ser agredido por seguranças e um policial militar temporário fora do horário de trabalho.
— Chega de virar número, chega de virar estatística! Chega! Chega! A gente vai reagir se não vamos ser mortos, vamos ser dizimados! Não tem justificativa! — gritava um mulher em meio aos carros parados enquanto a sinaleira estava fechada.
Michele Schwingel, coordenadora de um bar, mora na esquina do hipermercado. Ela, a mãe e a irmã são clientes do Carrefour. Nesta sexta-feira, deixaram uma muda de kalanchoe e velas em frente ao local.
— Fizemos uma pequena homenagem para ele. Se fosse com um pessoa branca isso não teria acontecido — disse Michele.
Gleison Brum, 54 anos, funcionário público, ficou sabendo desde cedo da ocorrência. Veio com uma camiseta escrito “não consigo respirar”, em referência ao que foi dito pelo americano George Floyd antes de ser morto pela polícia.
— Nós precisamos reagir, mostrar que a nossa vida tem valor. Muita gente acha que não tem racismo, mas nós negros sabemos o que é isso — afirmou.
Oito viaturas da Brigada Militar estão no local após um homem depredar e arrancar o pedaço de uma placa na entrada do hipermercado
— Não há ocorrências geradas para atendermos aqui, estamos apenas monitorando — disse o major Daniel Araújo.