Organismo internacional só apoiará a distribuição de vacinas que provarem ser seguras e eficazes em ensaios clínicos, revisadas pelas autoridades reguladoras nacionais e recomendadas pela OMS
WASHIGTON – Enquanto as Américas aguardam com urgência um avanço, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, declarou nesta quarta-feira (21) que o organismo internacional só apoiará a distribuição de vacinas que provarem ser seguras e eficazes em ensaios clínicos, revisadas pelas autoridades reguladoras nacionais e recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“É importante enfatizar que, embora estejamos trabalhando para desenvolver uma vacina mais rápido do que nunca, o processo para garantir sua segurança e eficácia permanece o mesmo”, disse Etienne em coletiva de imprensa. A diretora da OPAS observou que há mais de 180 vacinas candidatas em estudo, com 11 em ensaios clínicos na fase III.
MAIS ATENÇÃO
O que mudou foi “a atenção sem precedentes no processo de desenvolvimento de vacinas”, acrescentou Etienne, destacando a “abundância de informações de várias fontes, algumas menos confiáveis do que outras e sem base científica, o que gerou confusão e desinformação em torno da segurança da vacina”.
A diretora da OPAS enfatizou que as vacinas são elaboradas e fabricadas tendo a segurança em mente. Quando uma vacina contra a COVID-19 se mostra segura e eficaz em um ensaio clínico, as agências regulatórias avaliam completamente os dados antes de conceder as aprovações e a OMS também supervisionará um processo de revisão independente antes de conceder sua própria recomendação.
“A forma como nos comunicamos sobre a COVID-19 vai garantir ou quebrar nossa capacidade de controlar a pandemia”, disse Etienne, chamando os países, a mídia, as autoridades reguladoras, o setor privado e a comunidade científica a se unirem para fornecer ao público “informações claras e concisas e informações baseadas na ciência sobre uma futura vacina contra a COVID-19. ”
ACESSO A VACINAS
Um fator importante para estabelecer a confiança nas novas vacinas é garantir seu acesso a todos os países, e a OPAS os está apoiando a obter acesso a essas vacinas por meio do mecanismo COVAX, observou Etienne.
“Praticamente todos os países da América Latina e do Caribe aderiram ou estão em processo de adesão ao mecanismo”, disse a diretora da OPAS, e os países estão tomando as medidas legais e orçamentárias necessárias para participar dessa parceria global inovadora. “Estamos colaborando ativamente com instituições financeiras, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento, para ajudar os países de nossa região a terem acesso ao financiamento necessário para comprar vacinas por meio do COVAX, quando disponíveis, acrescentou Etienne.
O Fundo Rotatório da OPAS, com mais de 40 anos de experiência no fornecimento de vacinas de qualidade e acessíveis a países da América Latina e do Caribe, será, junto com o UNICEF, o mecanismo de compra para o COVAX.
No Caribe, 11 países receberão apoio financeiro para pagamentos iniciais para ingressar no mecanismo COVAX, afirmou Etienne, em colaboração com a Agência de Saúde Pública do Caribe e a União Europeia.
COVID-19 NAS AMÉRICAS
A diretora da OPAS observou que houve mais de 40 milhões de casos e mais de 1,1 milhão de mortes em todo o mundo devido à COVID-19, com 18,9 milhões de casos e mais de 610 mil mortes na Região das Américas até 20 de outubro. “Em nossa Região, cerca de 100 mil pessoas continuam testando positivo para COVID-19 todos os dias”, disse Etienne.
As tendências mostram que os casos estão aumentando nos Estados Unidos e no Canadá e se estabilizando na América Central, enquanto a maioria dos novos casos no Caribe está relacionada a viagens internacionais não essenciais.
Esses picos mostram que, embora a região esteja “trabalhando arduamente na preparação para uma vacina, também devemos manter um curso forte e constante para continuar lutando contra o vírus sem ela”.
Etienne chamou o todos os países a “priorizarem uma abordagem de comunicação transparente e proativa para COVID-19. O povo de nossa região anseia por uma orientação clara. A comunicação eficaz e consistente sobre o que as pessoas podem fazer para se proteger e evitar infecções continua vital”.
“Testar, tratar e isolar casos, bem como rastrear contatos, são parte de uma boa estratégia de vigilância e poucos países estão fazendo isso bem em nossa região. É tão importante agora quanto era em abril. E será ainda mais importante quando tivermos uma vacina”, advertiu a diretora da OPAS.