Cultura

Contra PEC 241 e reforma do ensino, estudantes ocupam a Canuta Rosa

Estudantes durante assembléia na Escola Estadual Canuta Rosa

IPATINGA – Os estudantes ocuparam nesta terça-feira (25) a Escola Estadual Canuta Rosa, no bairro Cidade Nobre. A ocupação, a exemplo do que vem ocorrendo em várias outras cidades do País, é uma reação contra a aprovação da PEC 241, que corta os investimentos em saúde e educação, proposta pelo governo Temer e aprovada em primeira votação na Câmara dos Deputados. Os estudantes também são contra a proposta de reforma do ensino médio, que elimina uma série de disciplinas e introduz modificações que deterioram a qualidade do ensino no País.
A Polícia Militar acompanha de perto a ocupação e houve um princípio de tumulto na manhã desta terça-feira. Alguns estudantes reclamam que foram agredidos. As guarnições da PM que acompanham o movimento lavraram um Boletim de Ocorrência sobre a tomada da escola pelos alunos.

O estudante Thiago Henrique dos Santos, do Levante Popular

O professor de Filosofia Edson Roberto da Silva

Segundo as lideranças do movimento, a ocupação vai durar três dias e nesse período a escola estará aberta à comunidade com a realização de atividades educativas informais como debates e palestras. “Vamos promover atividades como exibição de cinema, apresentações musicais e realizar pequenas reformas na escola. Nossa idéia é conservar e não depredar o patrimônio público. A gente vai cuidar da escola”, disse Thiago Henrique dos Santos, estudante do Canuta Rosa e integrante do Levante Popular, acrescentando que os principais motivos da ocupação são a resistência à PEC 241 e a reforma do ensino médio.

Alunos reunidos no interior da escola durante o movimento de ocupação: preservação do patrimônio

DIREITO DE PENSAR
Em nota distribuída na ocupação da Escola Canuta Rosa, os estudantes criticam a reforma do ensino médio proposta pelo governo golpista. “Uma redução de matérias na grade escolar seria a solução? Adeus História, Filosofia, Sociologia, Artes, Educação Física e junto com isso o direito de pensar e questionar”.
O professor de Filosofia Edson Roberto da Silva disse que alguns estudantes que participam do movimento integram o Levante Popular e reiterou as principais bandeiras da ocupação que, conforme ele, começaram a ser discutidas em função da falta de infraestrutura elementar na escola, como a falta de gás de cozinha para fazer a merenda escolar. “A partir daí, começamos a discutir questões mais abrangentes como a PEC 241, a reforma do ensino médio, a escola sem partido e a reforma da Previdência que sequer está sendo discutida com a sociedade”, elencou o professor.
Segundo a contabilidade dos organizadores da ocupação em Ipatinga, atualmente cerca de 1.016 escolas, 60 universidades e 80 institutos federais estão ocupados no País.
Além do Levante Popular, a ocupação tem o apoio do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (sind-UTE), do Movimento por Atingidos por Barragens (MAB) e acompanhamento de assessoria jurídica.

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