Cidades

Comunidade do Ipaneminha pede ajuda para salvar igreja

A comunidade do Ipaneminha afirmou não ter condições para custear as obras da igreja

 

IPATINGA – A situação da tradicional Igreja São Vicente de Paulo, na comunidade do Ipaneminha, parece estar mais perto de ser solucionada. O promotor público Walter Freitas, juntamente com o secretário de Cultura, Esporte e Lazer da Prefeitura Municipal de Ipatinga, Luis Henrique Alves e o pároco da Paróquia São Pedro, José Enésimo Pinheiro, visitaram a capela na tarde de ontem (6).
O promotor informou que o objetivo do encontro foi conhecer as condições em que a igreja, tombada como patrimônio histórico e cultural de Ipatinga, se encontra. “O Ministério Público, pela promotoria do Patrimônio Histórico e Cultural, acompanha a situação dos bens tombados no município. “São bens que representam a cultura e a história de um lugar e são representativos para a sociedade do ponto de vista do seu passado e para a compreensão do seu presente e futuro”, resumiu Walter Freitas.
Ainda segundo ele, foi confirmado que a igreja encontra-se deteriorada. “Estamos acompanhando a situação dos bens tombados de Ipatinga e temos constatado que alguns estão em estado de degradação acentuado. A unidade em torno dos bens tombados é um direito de toda a coletividade e toda a sociedade tem direito a essa proteção”, informou o promotor.

EXIGÊNCIA
A Diocese Itabira – Coronel Fabriciano é a responsável pela igreja São Vicente de Paulo e o município responde subsidiariamente pelo bem. O promotor estipulou um prazo de 15 dias para a apresentação de um plano de ação, pela Igreja Católica e município.
O plano deverá prever duas formas de ação: uma emergencial, para evitar que a igreja se degrade ainda mais, e outro elaborando trabalhos de restauração do bem, a longo prazo. O promotor explicou ainda que caso a exigência não seja cumprida, a paróquia pode ser responsabilizada judicialmente. “Temos instrumentos como uma ação civil pública que pode vir a ser utilizada para garantir que os responsáveis sejam obrigados a promover a manutenção e a restauração do bem. Mas em um primeiro momento a promotoria irá acompanhar o desenrolar da situação. E a ação deverá visar à manutenção e posteriormente à recuperação das características originais da igreja”, afirmou.
O padre José Enésimo Pinheiro garantiu que a exigência feita pelo Ministério Público será cumprida até o fim do prazo determinado. “O que o promotor exigiu de nós, para que ele não processe a diocese e nem o município, é que apresentemos esse projeto que garanta que a igreja não vá cair. Uma empresa de engenharia está acompanhando o caso e os técnicos estão elaborando o projeto. Já temos também uma arquiteta e tudo será feito dentro de um consórcio com outros profissionais que vão debater a situação”, revelou Pinheiro.

REPONSABILIDADE
Durante a reunião, o promotor ressaltou que o município também tem responsabilidades. “Outro objetivo da reunião foi buscar uma ação conjunta entre a igreja católica e o município de Ipatinga, que é o responsável subsidiário porque foi quem tombou o bem. E por isso o município também tem responsabilidade com o patrimônio”, destacou o promotor.
O secretário da pasta, Luis Henrique Alves, afirmou ter conhecimento da responsabilidade da administração. “Estamos nos reunindo constantemente com a paróquia responsável pelo bem. Estamos discutindo o processo de reestruturação e revitalização desse bem tombado. Sabemos que a responsabilidade é da paróquia, mas por ser um bem tombado, nós, enquanto Prefeitura, também temos a nossa responsabilidade”, reforçou Luis Henrique.

UNIÃO
A comunidade do Ipaneminha afirmou não ter condições para custear as obras da igreja e um site está sendo montado para auxiliar na arrecadação de fundos para a realização das obras. Para o padre José Enésimo Pinheiro, é necessário que toda a população se una para salvar a igreja. “Foi muito importante o apoio do promotor Walter Freitas e a ajuda de toda a imprensa, porque eu não consigo segurar essa igreja sozinho. O pontapé inicial é mesmo o de pedir ajuda, porque a igreja é feita pelas pessoas que trabalham nela. A comunidade do Ipaneminha é bem pequena e seus membros são pobres”, disse.
O promotor público Walter Freitas defendeu a iniciativa da comunidade de tentar buscar parcerias com empresas da região para realizar as obras da igreja. “A igreja católica tem muita experiência na busca de parcerias para restauração de bens e geralmente as reformas são feitas em parceria com empresas privadas. E esses encontros como o de hoje (ontem) demonstram a importância da igreja para a história do local e do município. Mas não exclui a responsabilidade do município em relação a algumas medidas mais imediatas”, concluiu Walter.

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