BOM JESUS DO GALHO – Nesta terça-feira (2), às 18h, a Câmara Municipal de Bom Jesus do Galho será palco de uma reunião extraordinária que promete mobilizar a cidade. Em pauta, a proposta de municipalização da Escola Estadual Pedro Martins, uma instituição com 90 anos de história e referência na educação pública da região.
Pais, professores, estudantes e lideranças comunitárias planejam lotar o plenário em defesa da manutenção da escola sob a gestão do Estado. A principal preocupação dos manifestantes é que a transição para o regime municipal possa trazer prejuízos irreversíveis para a qualidade do ensino e sobrecarregar os cofres públicos locais.
HISTÓRIA
A vereadora Juliana Madison, que lidera a oposição à proposta, prepara uma fala contundente para a sessão. “A Pedro Martins não é apenas um prédio. Ela é um símbolo da nossa história e do nosso compromisso com a educação de qualidade. Se esse processo de municipalização for adiante, ele tende a ser irreversível. Não podemos permitir que algo tão importante seja perdido para sempre”, afirmou.
DIFICULDADES ECONÔMICAS
Atualmente, a escola é mantida pelo governo estadual, que arca com os custos de professores, estrutura e manutenção. Com a municipalização, a prefeitura assumiria essas despesas, o que preocupa a comunidade, já que o município enfrenta dificuldades em áreas essenciais como saúde e infraestrutura. “A prefeitura não consegue construir creches suficientes para nossas mães deixarem seus filhos. Como vai assumir a responsabilidade por uma escola desse porte?”, questiona Maria Aparecida, mãe de um aluno.
DIFERENÇA NA GESTÃO
Outro ponto que deve ser debatido na sessão é a diferença nos processos de gestão. Na rede estadual, professores são selecionados por concurso público, garantindo mérito e capacitação. Já no âmbito municipal, há o risco de prevalecerem indicações políticas e apadrinhamento. “Queremos que a educação de nossos filhos seja decidida pelo mérito e não por favores políticos”, destacou Juliana.
A escolha democrática de diretores na rede estadual, por meio de eleições com a participação da comunidade, também seria comprometida. “No município, essa escolha muitas vezes é feita por indicação política, e isso enfraquece a gestão escolar”, alertou a vereadora.
A não municipalização, em Minas Gerais, ganha força com o apoio da professora Beatriz Cerqueira, presidenta da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG e deputada estadual do mesmo partido do prefeito de Bom Jesus que é radicalmente contra a medida. “É incoerente o prefeito se opor à sua legenda, assumindo posição de inimigo do povo. Isso só reforça que a municipalização não é uma boa ideia para nossa comunidade”, comentou Juliana.
Além do ato na Câmara, a comunidade está organizando um abaixo-assinado para pressionar as autoridades. A expectativa é de que a reunião desta terça-feira seja decisiva para definir os rumos da proposta.
“A Escola Estadual Pedro Martins é nossa, e vamos lutar para mantê-la estadual. Queremos mais escolas estaduais, mais escolas federais, porque mais educação é mais futuro. Mas não podemos permitir retrocessos”, concluiu a vereadora, convocando a população a comparecer em peso à reunião.
SERVIÇO
A sessão está marcada para as 18h “e promete ser um marco na resistência contra a municipalização da escola, que é considerada um patrimônio da cidade e uma peça-chave para a educação pública em Bom Jesus do Galho”, finaliza Juliana.