Cultura

Comportamento humano: liberdade ou submissão

(*) Thales Aguiar

Caros leitores, ao falarmos de comportamento humano pela perceptível sensibilidade das escolhas que fazemos em vida, estas mesmas que podem nos tornar seres submissos ou pessoas autônomas. Pela racionalidade que nos é apresentada por pessoas que trabalharam essa autonomia, há vários métodos científicos para a reconquista do equilíbrio do Ser. Do contrário, ao entrarmos no conformismo de tudo é bem provável que nos tornemos pessoas tolas, alienadas e incessíveis às mudanças sociais.  Um dos grandes desafios dessa vida é de fato desconstruir as origens do Eu absoluto. Um processo que nos permite sentir a instabilidade da vida, os medos, angústias e o desassossego para então assumir as escolhas que devem ser tomadas gerando assim processos de iluminação ou atitudes de virtuosidade, predispondo-nos a reconstrução de um Eu liberto. Um novo Eu que vê em sua composição comportamental a aceitação das similaridades, no ensejo assim de entender também as inconformidades que separam os indivíduos. Esse mesmo processo de transição do Eu absoluto para o Eu liberto é exercício complexo e contínuo, tarefa nada fácil, pois nos leva a encontrar os diversos significados negativos que nos foram apresentados ainda quando éramos criança.

Ao longo dos anos com a complexidade do sistema econômico e cultural a sociedade do consumismo apresentou uma realidade da qual hoje em dia estamos escravos em nossas próprias vontades de consumo. O filósofo Zygmunt Bauman vai nos dizer que pela intervenção direta da liquidez que se desfaz com a efemeridade das relações humanas, há uma necessidade de acúmulo das coisas emergindo de um ponto cego do individualismo.

Em sociedade os relacionamentos de hoje em dia em sua maioria se apresentam nas redes sociais como manifestações brutas desse conceito. Pessoas como mostruários de mercadorias, relações humanas insignificantes e descartáveis. Já a tese freudiana vai entender que na idade moderna os seres humanos trocaram liberdade por segurança. O excesso de ordem, repressão e a regulação do prazer gerou um mal-estar, um sentimento de culpa. Presenciamos na atualidade a procrastinação, uma total falta dos princípios de eficiência, estamos muitas vezes na zona de conforto, oferecendo aos que estão à nossa volta a condição de servidão um poder amplo do desvio de conduta entrando assim num ciclo de instabilidades.

O ser humano não é estático. É preciso muitas vezes ouvir, adaptar-se, discordar, concordar, encontrar-se e se perder nas conclusões, uma via exclusiva que tem cada Ser de construir, de maneira livre, seu próprio pensamento. Essa é uma das vias dos quais me permito seguir. Ouço com atenção os conselhos, e trabalho constantemente para aceitação e aprimoramento dos meus semelhantes, mas dispenso as precauções. Prefiro ser livre a ser submisso aos dogmas que nos impõe o medo e a covardia. Quem abre mão de sua liberdade ganha à escravidão.

(*) Thales Aguiar é jornalista e escritor.

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