Tenente-coronel é investigado pelo uso de cartões corporativos de Bolsonaro
BRASÍLIA – O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid entregou hoje pela manhã um requerimento ao novo comandante do Exército, general Tomás Paiva, pedindo adiamento de comando do 1º Batalhão de Ações e Comandos de Goiânia (GO) — ambos conversaram sobre a decisão. O general Tomás recebeu o documento horas antes da primeira reunião do Alto Comando presidida por ele — cuja principal pauta era a situação do ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL). O comandante aceitou o pedido de afastamento, e agora deve designar um novo oficial para o posto.
O tenente-coronel Mauro Barbosa Cid foi o pivô da demissão do general Júlio César de Arruda, então comandante do Exército no sábado (21) por Lula. Ele se recusou a não demitiria o tenente-coronel Mauro Cid.
Cid era o principal ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e foi nomeado pelo ex-presidente como comandante do 1º Batalhão de Ações e Comandos, em Goiânia (GO). Trata-se de uma das unidades de elite do Comando de Operações Especiais do Exército, e, por estar nos arredores de Brasília, passível de ter que ser acionada para garantir a segurança da capital.
O 1º Batalhão de Ações e Comandos, em Goiânia (GO) é um comando especializado em operações de guerra para incursões e operações com alto grau de dificuldade entre as quais capturar ou neutralizar alvos de difícil acesso.
As investigações que correm no Supremo Tribunal Federal sob o comando do ministro Alexandre de Moraes avançam sobre um personagem-chave que, por tudo o que se descobriu até agora e por sua estreita proximidade com Jair Bolsonaro, deixará o ex-presidente ainda mais encrencado.
As descobertas conectam o antigo gabinete de Bolsonaro diretamente à mobilização de atos antidemocráticos e lançam graves suspeitas sobre a existência de uma espécie de caixa 2 dentro do Palácio do Planalto, com dinheiro vivo proveniente, inclusive, de saques feitos a partir de cartões corporativos da Presidência e de quartéis das Forças Armadas.
O militar compartilhava da intimidade do então presidente. Além de acompanhá-lo em tempo quase integral, dentro e fora dos palácios, Cid era o guardião do telefone celular de Bolsonaro. Atendia ligações e respondia mensagens em nome dele. Também cuidava de tarefas comezinhas do dia a dia da família. Pagar as contas era uma delas – e esse é um dos pontos mais sensíveis do caso.