IPATINGA – Neste sábado (10), a partir das 14 horas, na Praça Janete Clair (Bairro Ideal), acontece a 1ª Edição do Dia Municipal do Hip Hop que celebrará tão importante conquista para artistas e produtores da cultura urbana de Ipatinga. Oficialmente, o Dia Municipal do Hip Hop foi aprovado por unanimidade e instituído pela Câmara Municipal através da Lei 4.511/2023, como sendo 11 de agosto.
Em 2023, o Hip Hop, um dos principais movimentos de arte urbana da história, completou 40 anos no Brasil. Na cidade de Ipatinga, o surgimento do movimento data-se no ano de 2000 e apenas em 2023, a vereadora Cecília Ferramenta apresentou a Lei Ordinária à Câmara Municipal, a partir de uma articulação com Wesley Luiz Costa Ribeiro um dos precursores e principais nomes do Hip Hop em Ipatinga, conhecido como B-Boy Luizin.
A 1ª Edição do Dia Municipal do Hip Hop de Ipatinga terá uma programação diversificada voltada para toda a família, englobando os 09 elementos do Hip Hop. Haverá a Exposição Potássio, a Exposição O Quinto Elemento, Slam Akewi + Slam Básico; Djs, Grafite Live Paint, Pocket Shows, Cypher Breaking, Hip Hop Educação e Basiquinho voltado para crianças e encerando a programação acontecerá a Grande Batalha de Rimas na Seletiva Regional VDA – Duelo Nacional de MC’s que reunirá Mc’s selecionados/as em diversas Batalhas de Rimas que acontecem semanalmente no Vale do Aço. O/a vencedor/a da Seletiva Regional VDA – Duelo Nacional de MC’s representará no Vale do Aço na Seletiva Estadual da Batalha de Rimas que acontecerá em Belo Horizonte.
PERIFERIA
Segundo Talikinho, produtor da Batalha da V.I, realizar a 1ª Edição do Dia Municipal do Hip Hop de Ipatinga no bairro Ideal tem um significado muito grande para a cultura urbana; pois o Hip Hop é um movimento cultural produzido por artistas que vivem nas margens dos grandes centros, nas periferias. Normalmente quando se pensa em produção cultural popular em nossa cidade a mesma acontece no Parque Ipanema e ocupar a Praça do Ideal, mais uma vez, com o Hip Hop é consolidar a descentralização dos bens culturais e valorizar a produção cultural periférica em todas suas cadeias.
PRODUÇÃO
O evento está sendo produzido através da parceria de diversos produtores culturais da cultura urbana e periférica, sendo: Batalha da V.I, Básico Coletivo, ECOAR Ponto de Cultura, Babylon By Black, RealTrap e Coletivo Cultura Urbana; e tem o apoio da Prefeitura de Ipatinga através da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer.
Para Matí Lima, Gestor do ECOAR Ponto de Cultura, produzir este projeto com estes parceiros artísticos fortalece a retomada da articulação entre agentes das artes urbanas/periféricas e de nossa presença e ação no cenário cultural do Vale do Aço. A troca de nossas experiências individuais tem contribuído de forma significativa para a desconstrução do olhar preconceituoso e marginalizado sobre nosso ofício e para o avanço dos nossos modos de produção. Por muito tempo, o produtor hegemônico ocupou os territórios periféricos de forma colonizadora, com o discurso de “levar arte para as periferias”. Na periferia sempre teve arte/cultura, retomamos nosso direito de Existir e Ser na cidade, de forma também a combater a apropriação cultural. A periferia produz cultura contemporânea de alta qualidade e tem profissionais qualificados para a gestão de seus projetos. Nada de nóis sem nóis. A 1ª Edição do Dia Municipal do Hip Hop é um projeto idealizado, produzido e realizado por 100% de profissionais e artistas que constroem e vivenciam diariamente o Hip Hop.
AVANÇO
Clara Costa, da Babylon By Black, acrescenta que 2023 foi um ano de gigante avanço para o nicho, conquistando legislações e decretos em âmbito municipal, estadual e federal para o Hip Hop e seus elementos. Com o maior nível de desenvolvimento cultural do país, o Hip Hop é reconhecido mundialmente como principal cultura contemporânea que influencia todo o circuito da indústria artística. Em seus 50 anos no território brasileiro, artistas urbanos do hip hop se reinventam a cada dia, alimentados por infindáveis referências culturais e artísticas da diversidade brasileira somadas à criatividade nas técnicas artísticas dos elementos. Momento ideal para colocar em evidência a marginalização da cultura Hip Hop nas cidades do interior. Na história da formação do Hip Hop brasileiro, é inegável a qualidade e impacto da arte criada e cultivada para as comunidades racializadas e marginalizadas.
COLETIVO
Julya Miranda, da RealTrap, salienta que o Hip Hop é um espaço de coletividade que cria o sentimento de pertencimento que é importante para um indivíduo em formação. O movimento cultural atua como uma grande família, que ensina e cuida dos seus; dentro desse núcleo surgem muitas oportunidades profissionais e para transformações sociais.
DIÁLOGO
Kadosh Miranda, do Básico Coletivo Artístico, afirma: “Entendo que o Hip-Hop dialoga diretamente com a juventude e a nova geração, vejo a força didática que a nossa cultura traz consigo a partir do momento que vemos a semente dando frutos, mudando a realidade social das pessoas que se alimentam e usufruem dessa cultura. Entender que o caminho que se tem voltado pro crime pode ser alterado através da arte e da cultura Hip-Hop é também entender e acreditar na transformação das pessoas que nos cercam”.
C2, produtor cultural, poeta, mestre de cerimônia e DJ no Vale do Aço diz que o Hip Hop é algo que está para além de estilo musical e algum estilo de arte; a cultura Hip Hop tem salvado vidas da criminalidade, e tem sido uma arma terapêutica na vida de muitos.
EM CENA
O projeto colocará em cena os artistas: Talikinho, Mavis, D’Grego, Rude Boy, Yung Kyull, Preta Lua, Dave MC, Ray MC, Dizus, Kadosh Miranda, C2, MC Duda, Raê Real, Vintin MC, DNZ, Tutze, Blopamp, Thulio, SM, Carioca e Jamaica,
Participação da Batalha da V.I, Batalha da Fonteira, Batalha Básica, Batalha 3M, Batalha do Coliseu, Batalha de Fabri, Batalha do Esperança e Batalha Linear.