domingo, novembro 24, 2024
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Coletivo de Artes leva Aves Invisíveis e pintura com agregado às escolas da rede pública

IPATINGA – Os alunos das escolas de Ipatinga E. M. Lucinda Fernandes Madeira, no Vila Formosa, e da E. E. Maurílio Albanese Novaes, no Bela Vista, vivenciaram uma experiência um pouco diferente em suas salas de aula nos dias 29 e 30 de novembro, quando eles literalmente pintaram e bordaram sob a orientação cuidadosa de Rosane Dias e Fernanda La Noce, integrantes do AVVA Coletivo de Artes.

As artistas desenvolveram nas respectivas escolas, com turmas tanto do matutino quanto do vespertino, as oficinas “Pintura com Agregado Siderúrgico: arte, sustentabilidade e identidade cultural” e “Aves Invisíveis”, que compõe o planejamento de atividades anual do coletivo pelo projeto “Ciclo de oficinas e exposição do AVVA Coletivo”, patrocinado pela Usiminas, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.

TINTA E IDENTIDADE

Na Escola Municipal Lucinda Fernandes Madeira, que recebeu Rosane Dias, os alunos participantes da oficina conheceram as tintas sustentáveis produzidas pela artista com agregado siderúrgico – um coproduto gerado na fabricação do aço – que tem uma intensa conexão com a história de Ipatinga, além de ser muito abundante na região. “Essas tintas possuem texturas e cores únicas e estabelecem importantes relações com o Vale do Aço, servindo de instrumento para incentivar atitudes sustentáveis e a preservação do meio ambiente”, explica.

O aluno Pedro Lucas Arruda Santos, de 9 anos, confirma o que aprendeu com a artista. “Aprendemos na oficina que coisas que iam ser descartadas na natureza podem ser utilizadas para virar algo novo e bonito”, conta o estudante que caprichou na escolha das cores e pintou a igreja que frequenta com a família.

AVES INVISÍVEIS

Na Escola Estadual Maurílio Albanese Novaes, foram selecionados 20 alunos do ensino médio, com perfil e interesse nas profissões de artes e design. Quem comandou os trabalhos foi Fernanda La Noce. A artista plástica integra o grupo de observadores de aves do Parque Estadual do Rio Doce (PERD) e revela que desenvolveu este trabalho durante a pandemia.

“Comecei a estudar as aves e a fotografar cada uma que pousava nos postes, fios elétricos e árvores perto da minha casa. Essas fotos, reproduzidas em xerox preto e branco, receberam ilustrações, aplicação de linhas e botões e foram devolvidas em vários locais na cidade de Ipatinga, como uma intervenção urbana”, conta La Noce.

Durante a oficina, os alunos foram apresentados a algumas espécies de aves da Mata Atlântica catalogadas na nossa região e criaram suas próprias ilustrações utilizando como elementos linhas, texturas e cores que foram aplicados sobre fotocópias de aves típicas do Parque Estadual e seu entorno.

DESTAQUE NO ENEM

Após a conclusão dos trabalhos, as ilustrações foram inseridas nas árvores que compõem a paisagem da escola. De acordo com a professora de Geografia, Patrícia Rabelo, essa oficina tem um significado muito simbólico para o momento que a escola está vivendo.

“Estamos deixando de ser “Aves Invisíveis” para sermos reconhecidos pelos excelentes resultados de nossos alunos. Acabamos de receber a notícia de que nossa escola obteve a maior nota no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) entre escolas públicas de todo o país e isto é um marco muito importante para nós”, revela.

Professora na unidade há 21 anos, Patrícia Rabelo conta que há cerca de uma década, ela, a professora de Filosofia, Tatiana Frinhani, e outros docentes, vem trabalhando incansavelmente para transformar a imagem da escola, que era vista como de má qualidade por ser uma instituição de ensino pública.

“Trabalhamos muitos anos focados em amparar os alunos em situação de vulnerabilidade social e econômica, para mostrar que com educação há outros caminhos a seguir. É por isso, que essa oficina vem para celebrar esse novo ciclo que a escola está vivendo”, comemora.

E os professores gostaram tanto que, atendendo a um pedido feito por eles, o AVVA Coletivo realizará uma edição especial da oficina “Aves Invisíveis” para o corpo docente, no próximo sábado (2/12).

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