Veja projeções de como ficariam algumas cidades com elevação da temperatura para 1,5º e para 3º graus em relação ao panorama atual
(DO G-1 e REDAÇÃO) – Para os negacionistas do clima trata-se de simples catastrofismo, um exagero dos ambientalistas, mas o risco real que as mudanças climáticas podem causar às cidades já pode ser visto “em terra” com as tempestades de areia que nos remetem ao deserto do Saara e que atingem diversas cidades do interior de São Paulo e Minas, desmatadas para dar lugar às monoculturas do agronegócio. Já o risco que vem do aumento do nível dos oceanos também ameaça diversas cidades brasileiras, que tendem a tornar-se futuras “venezas” ou “alguma cidade submersa, onde os escafandristas virão explorar sua casa, seu quarto, suas coisas, sua alma, desvãos”, como prevê Chico Buarque, em “Futuro Amantes”, no caso do Rio de Janeiro.
Medir e apresentar qual o impacto do aumento da temperatura global e a elevação do nível do mar foi o tema de uma pesquisa conduzida pela Climate Central, organização sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos, em parceria com a Universidade Princeton, e o Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto do Clima, na Alemanha.
O trabalho publicado na revista Environmental Research Letters identificou as regiões do mundo que podem sofrer inundações “sem precedentes”, caso as políticas para combater as mudanças climáticas não sejam colocadas em prática agora pelos países.
Veja alguns exemplos das projeções da Climate Central para algumas cidades brasileiras:
Salvador, região do Elevador Lacerda
Recife, vista da região da Casa Amarela
Fortaleza, região do Farol do Mucuripe
Fortaleza, região do Farol do Mucuripe: situação atual — Foto: Climate Central/Divulgação
Porto Alegre, região da Usina do Gasômetro
Rio de Janeiro, região da Estação Botafogo
Impacto global
De acordo com os pesquisadores, o pior cenário do aumento de temperatura (um aumento de até 4°C) pode fazer o mar invadir terras ocupadas por até 15% da população global atual, o equivalente a cerca de um bilhão de pessoas.
“Por outro lado, cumprir as metas mais ambiciosas do Acordo de Paris sobre o Clima provavelmente reduzirá a exposição pela metade”, afirmam os cientistas.