domingo, abril 13, 2025
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China eleva tarifas contra EUA a 84% e intensifica guerra comercial

Foto: Indústria chinesa: a China avalia que EUA infringem seriamente seus direitos e interesses legítimos, prejudica seriamente o sistema de comércio multilateral baseado em regras e tem um impacto severo na estabilidade da ordem econômica global

PEQUIM – O Ministério das Finanças da China anunciou, nesta quarta-feira (9), o aumento das tarifas de importação de produtos dos Estados Unidos (EUA) de 34% para 84%, intensificando a guerra comercial iniciada por Washington. A nova taxa passa a valer a partir desta quinta-feira (10).

A medida foi tomada depois que o presidente Donald Trump elevou para 104% as tarifas de importação de produtos chineses após a China retaliar a tarifa dos EUA de 34% imposta no último dia 2 de abril.

ERROS EM SÉRIE

“A decisão dos EUA de aumentar as tarifas sobre a China é um erro atrás do outro. Ela infringe seriamente os direitos e interesses legítimos da China, prejudica seriamente o sistema de comércio multilateral baseado em regras e tem um impacto severo na estabilidade da ordem econômica global. É um exemplo típico de unilateralismo, protecionismo e intimidação econômica”, afirmou, em nota, o Ministério de Finanças chinês.   

Pequim pede que os EUA retirem as tarifas impostas contra o país asiático.

“A China pede que os EUA corrijam imediatamente suas práticas erradas, cancelem todas as medidas tarifárias unilaterais contra a China e resolvam adequadamente as diferenças com a China por meio de um diálogo igualitário com base no respeito mútuo”, completou o governo chinês.

GUERRA DE TARIFAS

Enquanto a maior parte das bolsas de valores do mundo segue operando em baixa em razão da guerra de tarifas iniciada por Trump, as bolsas chinesas operaram em alta nesta quarta-feira (9).

Para analistas consultados pela Agência Brasil, o tarifaço de Trump é uma tentativa de reverter a desindustrialização dos EUA, que viu sua economia perder competitividade para os mercados da Ásia nas últimas décadas. Porém, diversos economistas são céticos de que as medidas de Washington possam ter o efeito desejado e esperam o aumento da inflação dentro dos EUA.

A guerra comercial iniciada por Donald Trump se amplia conforme países começam a implementar respostas contra as tarifas criadas pelo governo norte-americano. A partir de hoje, entram em vigor também barreiras canadenses contra os produtos dos EUA, e a Europa votou pela aprovação de uma lei que atingirá bilhões de euros no fluxo comercial.

CANADÁ

Nas redes sociais, o novo primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou que “haverá tarifas de 25% sobre todos os veículos não compatíveis com o acordo Canadá, México e EUA”.

A reação canadense ocorre apesar de parte do fluxo comercial ter sido poupada depois de um entendimento entre os dois países. Mesmo assim, as novas taxas vão atingir em 10% das vendas de carros do Canadá aos americanos.

Há uma corrida às concessionárias nos EUA diante do temor dos consumidores de que a guerra comercial seja transferida aos preços de veículos.

UNIÃO EUROPEIA

Hoje, a UE aprovou uma lista de produtos americanos que serão alvos de retaliação. A ideia do bloco é a de aplicar tarifas de 25% contra uma variedade de produtos. A lista inclui desde amêndoas a iates, passando por motocicletas, soja e aço.

As tarifas europeias serão colocadas em três etapas. A primeira delas entra em vigor em 15 de abril, afetando 3,9 bilhões de euros em produtos.

Em 16 de maio, mais uma parcela do pacote seria adotada, atingindo 13,5 bilhões de euros e, em 1º de dezembro, a soja seria incluída na lista, a um valor de 3,5 bilhões de euros. A ideia da aplicação da sanção em etapas, é dar espaço para uma negociação.

A meta inicial era taxar bebidas alcoólicas dos EUA. Mas França, Itália e Irlanda foram contrários, temendo que seus produtos no mercado americano – principalmente vinho e uísque – fossem afetados ainda mais. Trump ameaçou aplicar tarifas de 200% sobre esses bens europeus, caso Bruxelas optasse por uma resposta.

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