BELO ORIENTE – A Cenibra foi a vencedora do prêmio “Empresa Mais Digital 2020”, na categoria “Indústria”. A premiação analisa quais são as empresas mais bem posicionadas para enfrentar os desafios do mundo digital e contribuir para a criação de processos que resultem em mais qualidade de serviços. A Cenibra se destacou por adotar medidas tecnológicas que protegem a área florestal.
Neste ano, o reconhecimento das ganhadoras foi diferente por conta da pandemia da Covid-19. As visitas às finalistas, que nos últimos anos aconteceram presencialmente, se restringiram a videoconferências. Mesmo assim, foi possível conhecer um pouco sobre as práticas de cada uma das seis escolhidas e saber como elas se reinventaram durante esse período em que a maioria dos profissionais teve que trabalhar de casa.
Em conversa com o Plus Digital Institute, empresa responsável pelo prêmio, os executivos da Cenibra explicaram que as soluções de Tecnologia da Informação (TI) adotadas para proteger as áreas de plantio e de preservação permanente vão desde o uso de câmeras com capacidade de processamento digital com solução de Inteligência Artificial (IA), que permite monitorar e diagnosticar com precisão a ocorrência de eventuais incêndios, até a inspeção de pragas e aplicação de insumos no plantio.
A solução de IA ajudou a atingir um percentual acima de 95% de acerto na detecção de incêndios florestais. “No ano passado, houve um momento crítico de queimadas. Nós estimamos que a implantação dessa IA conseguiu reduzir cerca de 5%. Fora o desgaste de ter uma equipe trabalhando e apagando fogo de madrugada”, conta Ronaldo Neves Ribeiro, gerente de TI.
CELULOSE E PANDEMIA
Na Cenibra, a produção de celulose não foi afetada pela pandemia. “Produzimos tudo que estava planejado e até um pouco a mais. Nas florestas, tivemos que reduzir cerca de três meses de plantios em função das restrições de segurança, mas isso não afetou nem afetará o andamento da fábrica. O que foi plantado hoje será colhido nos próximos sete anos. Até lá, teremos tempo para recuperar”, esclarece Júlio César Tôrres Ribeiro, Diretor Industrial e Técnico.
Já os profissionais da área administrativa estão trabalhando em casa (Home Office) graças a uma ferramenta de gestão corporativa que permite visualizar, tanto por quem está na fábrica como por quem está em casa, a produção em tempo real; toda a estatística do processo; as metas por operador; a média das últimas horas da produção, e os dados dinâmicos que apontam a função da operação do dia.
“Virar a chave foi bastante rápido, só tivemos um ou dois dias de adaptação. Até fiquei surpreso com a velocidade que aconteceu”, conta Júlio. No entanto, ele esclarece que não é possível operar a fábrica remotamente por conta de decisões de segurança, mas que consegue supervisionar todo o processo.
“A máquina florestal está a 200 quilômetros da Cenibra. Nós enviamos a informação via satélite pelo sistema de gestão corporativa. Nossa ferramenta de Business Intelligence (BI) pega esse dado, combina com outras variáveis e coloca na mão do gestor um gráfico que facilita a visualização e contribui para a velocidade das tomadas de decisões”, explica o gerente de TI.