domingo, setembro 8, 2024
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CEFET-MG adota primeiro romance afro-brasileiro para processo seletivo do Ensino Médio Técnico

“Úrsula” é considerado o primeiro romance afro-brasileiro e está disponível on-line gratuitamente

BH – Os estudantes interessados em ingressar na Educação Profissional Técnica de Nível Médio do CEFET-MG no ano de 2025 devem ler a obra literária  “Úrsula”, da autora Maria Firmina dos Reis. Publicado em 1859 e considerado o primeiro romance afro-brasileiro, o livro pode ser baixado gratuitamente no site da Editora-Laboratório do curso de graduação em Letras – Tecnologias de Edição (LED), do CEFET-MG.

O período de inscrições para o processo seletivo será entre 1º de agosto e 8 de outubro de 2024 e as provas, em 24 de novembro. Além da prova de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, a obra pode motivar abordagens interdisciplinares na elaboração de questões das outras provas. Acompanhe todas as informações no site da Coordenação de Processos Seletivos (Copeve) do CEFET-MG.

A Comissão Elaboradora da Prova de Linguagens explica um pouco mais sobre essa obra prima da literatura brasileira e por que ela foi escolhida:

Por que Úrsula, de Maria Firmina dos Reis?

Publicado em 1859, Úrsula, de Maria Firmina dos Reis, é considerado o primeiro romance afro-brasileiro. Escrito por uma mulher negra, nessa obra, mescla-se a vida à experiência de escrita, marcando a construção de personagens negros, no contexto da escravidão brasileira, cujas reflexões abrem-se para o próprio questionamento da escravidão, suas mazelas e crueldades, e para a diáspora, o exílio dos africanos, brutalmente forçados a deixar a terra natal. Sua originalidade não se restringe apenas ao teor abolicionista do romance, como também, e sobretudo, à coragem de uma mulher negra de assumir a escrita como gesto político e emancipatório.

Se, em pleno século XXI, muitos direitos foram conquistados aos negros e às mulheres, estes, no entanto, não parecem estar assegurados, ecoando uma citação já bastante conhecida de Simone de Beauvoir: “Nunca se esqueça de que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Esses direitos não são permanentes. Você terá que manter-se vigilante durante toda a sua vida.” Para manter esse estado de vigilância, é necessário conhecer criticamente o nosso passado, lendo a História sob o ponto de vista dos vencidos, dos dominados, daqueles cujo corpo e memória foram rasurados e apagados, para que pudesse se inscrever um ponto de vista etnocêntrico (o do homem branco, burguês, europeu).

A sociedade brasileira é fortemente marcada pelo seu passado escravocrata, culminando em uma série de segregações. Diante desse contexto, a leitura de Úrsula torna-se um imperativo na formação de sujeitos críticos, conscientes de seu passado, atentos ao processo artificial e desigual que marcou a formação da nação brasileira.

Onde encontrar Úrsula?

O projeto editorial de Úrsula foi realizado pelos alunos da disciplina Projeto Editorial II, sob a coordenação do professor doutor Rogério Barbosa da Silva. A obra foi organizada pela LED, a editora-laboratório do curso de Letras – Tecnologias de Edição, do CEFET-MG, e está completamente disponível, em formato PDF, no site www.led.cefetmg.br/ursula/.

A leitura, nesse formato, é acessível e gratuita para qualquer tela e dispositivo móvel.

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