Cultura

Cebus alerta a população sobre cuidados com animais silvestres

Filhote de ave sob cuidados do Centro de Biodivesidade da Usipa

IPATINGA
– O Centro de Biodiversidade da Usipa (CEBUS) se dedica à preservação das espécies, ao lazer consciente e à educação ambiental. Além disso, é responsável pelo acolhimento e cuidado de diversos animais que sofreram algum trauma.

Nesta época do ano é comum a reprodução de animais silvestres, principalmente gambás e aves. Esse processo natural torna as mães e os filhotes mais vulneráveis. Os filhotes de aves, por exemplo, ensaiam suas primeiras batidas de asas. Sendo assim, é comum encontrá-los caídos no chão ou extremamente agitados, após se aventurarem nas primeiras lições de vida.

O ciclo reprodutivo, iniciado em setembro, é responsável pelo aumento considerável do tráfico de animais silvestres. Essa atividade ilegal é uma das principais ameaças à biodiversidade brasileira, contribuindo para a extinção de diversas espécies a médio e longo prazo. Os traficantes, em sua maioria, tiram proveito desta época e recolhem os filhotes diretamente nos ninhos, causando a morte precoce de boa parte deles. Já os que sobrevivem, são levados às feiras e rodovias para serem vendidos.

BOAS INTENÇÕES
Segundo o coordenador responsável pelo Cebus, o veterinário Lélio Costa e Silva, alguns dos filhotes oferecidos nesses locais são comprados por pessoas “bem intencionadas”, já que elas os compram com o intuito de salvá-los e tentar criá-los em casa.

“Mesmo com boas intenções, só vontade em ajudar não é o suficiente para salvar um animal. A população precisa ser conscientizada em relação à necessidade de manter os filhotes sob os cuidados paternos, de não adquirirem, alimentarem ou recolherem animais silvestres, além de denunciarem sempre que se depararem com essas situações adversas”, afirma.

CEBUS
O despreparo da maioria da população para cuidar dos animais, resulta na chegada deles ao zoológico. Nos últimos três meses, o Cebus já recebeu oito filhotes de gambás e três filhotes de pica-pau, além das corujas e do galo do campo. Alguns permanecem sendo alimentados e se preparando para retornarem à natureza, outros infelizmente não tiveram a mesma sorte.

Ao contrário que muitos pensam o animal que vive no zoológico não foi retirado da natureza. Ele é trazido de circos, casas, zoológicos clandestinos ou qualquer tipo de lugar que possa ter lhe causado algum trauma. Para realizar essa assistência, a estrutura física do Cebus conta com quiosques, viveiros de animais silvestres, setor de apoio, trilhas e lagoas. Com registro no Ibama, o centro é considerado uma entidade modelo em Minas Gerais.

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