Cartilha traz informações sobre bens tombados, registrados e inventariados que ficam no povoado do Ipaneminha
IPATINGA – Cássia Albuquerque, proponente e realizadora do projeto de difusão dos bens tombados, registrados e inventariados que se encontram no povoado do Ipaneminha, já vem distribuindo no município o produto cultural resultante dessa iniciativa, a cartilha Cidade, Patrimônio e Comunidade, patrocinada por meio da Lei Aldir Blanc, pelo Fundo Municipal de Cultura de Ipatinga.
A obra traz informações que, segundo observa Cássia, precisam ser conhecidas. “São fatos importantes que não podem se perder da memória desta e das próximas gerações. Por meio dos textos e ilustrações, o leitor pode revisitar lugares, imaginar as boas experiências proporcionadas com as cheganças das pessoas ao Ipaneminha, sentir um pouco a atmosfera boa que os festejos religiosos afro-brasileiros proporcionam com a celebração da fé em santos de devoção”.
“A Cidade, Patrimônio e Comunidade conta a história da conversão de 60 hectares de terra e água em área de lazer, no Parque das Cachoeiras. A cartilha fala sobre o Ipaneminha, situado na zona rural de Ipatinga, suas construções, religiosidade, que tem seu símbolo a Igreja São Vicente de Paulo, também conhecida como Igreja Nossa Senhora do Rosário”, destaca Cássia Albuquerque.
CONGADO
O Congado do Ipaneminha, bem imaterial fundado em 1925, outro atrativo do povoado, é também assunto do projeto. Assim como a igrejinha, o Congado motiva o turismo religioso na região. Benzeções, o traçado urbano do Ipaneminha, fazendas antigas, a sede o Clube Dançante Nossa Senhora do Rosário e a Gameleira nascida em 1954 no mesmo ano de construção da Igreja do Ipaneminha, completam os assuntos da Cidade, Patrimônio e Comunidade.
“O Clube Dançante se destaca entre os nossos patrimônios por sediar os encontros dos Congadeiros, seus ensaios e diversos eventos. Em algumas ocasiões, o espaço é usado para rituais religiosos, é o ponto de saída dos cortejos rumo á igrejinha e funciona ainda como Museu do Congado”, sublinha Cássia.
ESCOLAS
As cartilhas estão sendo usadas em escolas locais como material didático em aulas dedicadas à Educação Patrimonial. Angélica de Castro Campideli, formada em História, especialista em Gestão do Patrimônio Histórico, pela UFMG, em Inspeção Escolar e Atendimento a Alunos Especiais, pela Faculdade ´Única, está entre os educadores que adotaram a cartilha como apoio a atividades pedagógicas. Professora na Escola Estadual Sônia Maria Silva Gomes, Angélica trabalhou o conteúdo com estudantes dos sextos anos, com idade entre 10 e 13 anos. “Os alunos gostaram muito da cartilha, dos textos, das ilustrações”. Por meio desse material, os estudantes conheceram os patrimônios do Ipaneminha, distinguindo os bens materiais, como é o caso da Igrejinha do povoado, da casa dos congadeiros, e os imateriais, como o Congado do Ipaneminha.
A cartilha inspirou Angélica a desenvolver um projeto batizado como O historiador e o entrevistado, “que consistiu em apresentar aos alunos o papel do historiador e da história, da memória de cada pessoa na construção da história como um todo. Inicialmente, os temas foram tratados de modo conceitual e, em seguida, realizamos um trabalho prático com os patrimônios pessoais dos alunos. Cada um trouxe de casa algo que foi importante para a sua história, como fotografias, livro de receitas da avó, o primeiro dentinho, a bolsa que a mãe levou pra maternidade, toalha de batizado, os primeiros carrinhos, dentre outros itens. Em dupla, os alunos se revezaram nos papéis de entrevistado e historiador, responsável por fazer o inventário dos bens do colega”, conta a professora. O trabalho foi finalizado com o estudo sobre patrimônios de Ipatinga, que se encontram na sede. Alguns patrimônios foram coloridos pelos alunos, um recurso lúdico que ajudou as turmas a observar com mais atenção detalhes desses bens.
SERVIÇO
Interessados em conhecer Cidade, Patrimônio e Comunidade, devem ir ao Departamento de Cultura de Ipatinga, onde a cartilha está disponível para os leitores.