Cidades

Caravanas vão mobilizar pela libertação de Lula

(DA REDAÇÃO) – Em visita do Vale do Aço, a deputada federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, anunciou a retomada das caravanas pelo País, desta feita em defesa da liberdade do ex-presidente Lula.

Segundo ela, “as caravanas são uma caminhada pelo Brasil da qual o [candidato derrotado à Presidência da República Fernando] Haddad vai fazer parte e logo chegará a Minas. Nestas caravanas vamos expor nossa posição contra a reforma da Previdência, contra os retrocessos que ocorrem no país e pela liberdade do Lula. Não é só uma questão de solidariedade, que nós temos, até porque não temos nenhuma dúvida de que lula é inocente, mas porque ele representa a centralidade política de uma proposta diferente”, salientou a deputada petista.

OUTROS TEMPOS

Hoffmann lembrou que na época do governo de Lula o cidadão tinha emprego e renda. “As pessoas não estavam sofrendo. Eu lembro que a dona de casa, a mulher, ia no supermercado  e enchia um carrinho. Hoje vai no mercado e tem que escolher o produto que vai comprar. O tomate subiu 34% no mês, o feijão 25%, a batata inglesa 24%. Como as pessoas vão conseguir sobreviver com isso? tem gente que não compra gás de cozinha porque não tem dinheiro para comprar. Temos quase 13 milhões de desempregados  e 15 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza. Com Lula não tinha isso”, comparou. “Não víamos a fila que vimos na semana passada, de 16 mil pessoas, procurando emprego em SP. Há muito tempo não víamos isso no País. Então, o que eles estão fazendo é destruir aquilo que nos construímos, que Lula construiu, por isso a liberdade do Lula é a liberdade do Brasil e do povo brasileiro”, afirmou.

Gleisi Hoffmann arrisca uma simbiose para explicar a importância das caravanas pelo País. “A caravana é em direito do povo e do Lula em função desta proximidade dos dois. O Lula significa conquistas para o povo  e, obviamente, por onde estivermos passando vamos chamar para mobilizar, ir politizando as pessoas, a população”.

LINCHAMENTO

Indagada se não houve um certo arrefecimento na luta pela libertação de Lula, Gleisi diz que foi feito de tudo, e ponderou: “Tem um grau de consciência na sociedade.  Não se pode esquecer que Lula foi vítima além de uma sentença injusta, de um linchamento público pela imprensa, pelos meios de comunicação, por essa gente que elegeu Bolsonaro. Foi desconstruída a imagem dele. Eles plantaram uma semente na cabeça das pessoas de que Lula era culpado. Leva um tempo para desfazer isso. E nós não temos a mesma estrutura de comunicação, a mesma forma de chegar as pessoas. Com o que está acontecendo agora com Bolsonaro, muita gente está vendo a verdade: porque fizeram o impeachment da Dilma, porque prenderam o Lula, porque o [ministro da Justiça Sérgio] Moro foi para o governo num cargo político. Externamente, em nível internacional, a conscientização e esclarecimento das pessoas é maior. Eles sabem que teve um golpe aqui no Brasil, que as coisas não estão normais, que a Constituição está sendo rasgada e que Lula está sendo injustiçado”.

NA PRISÃO

Presença constante nas visitas a Lula na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, Gleisi também falou sobre como Lula tem enfrentado a prisão em meio a uma série de tragédias, como a morte da mulher Marisa Letícia, do irmão e do neto. “Sempre com indignação. E sendo vítima de uma série de tragédias (as mortes em família). Está sempre indignado, mas nunca desistiu de olhar o Brasil, de lutar pelo povo, está sempre disposto, dizendo que temos que mobilizar, que o está acontecendo no Brasil é um desmonte mesmo, uma destruição para tirar direitos. Sempre diz que este País vai ficar para poucos, menos de 30% vai ter condições de viver dignamente, o resto vai ter comer uma vez por dia para ter que sobreviver”, reporta ela.

SEGUNDA INSTÂNCIA

Sobre o retorno do julgamento da prisão em segunda instância, uma das possibilidades de libertação de Lula, pautada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para o próximo dia 10, Gleisi é otimista. “Eu espero que sim [que caia a prisão em segunda instância], porque tudo o que queremos é que o STF defenda a Constituição. E a nossa Constituição diz que a execução da sentença só pode ser dada depois do trânsito em julgado, ou seja, depois de todos os recursos terem expirado, e nós ainda temos vários recursos do Lula. Ele não poderia estar preso. Qual o perigo que ele oferece à população? A prisão em segunda instância, como foi aprovada pelo Supremo tem que ser fundamentada, e o juiz que prende tem que dizer qual o perigo. Eles não disseram. O perigo do Lula é um perigo político. Ele é um grande líder deste País. Eles sabem que Lula solto, percorrendo o Brasil, chamando o povo, muda muito a situação e é nisso que eles se apegam para deixá-lo preso”.

LIBERTAÇÃO DE TEMER

Hoffmann fez ainda um paralelo entre a prisão e soltura de Michel Temer (MDB) e a manutenção da prisão de Lula. Embora com posição crítica ao ex-presidente Temer, considerado um traidor e golpista pelo PT, ela pondera sobre a legalidade que deve ser observada nas prisões da Lava jato. “O Temer prestou um desserviço ao Brasil. Lamentável a posição do Temer. Nós batemos no Temer muito na política, tinha que sair. Foi muito ruim o que Temer fez. Péssimo! Estamos pagando um preço enorme pela reforma trabalhista, pela emenda constitucional 95, enfim. Mas, defendemos o devido processo legal, para o Temer ou para qualquer outro.  Se não tinha justificativa para prendê-lo, para quê fazer aquilo? Não está certo deixar a lei de lado e a Constituição de lado”, ponderou.

NA ROTA

O Vale do Aço, segundo ela, está no roteiro das caravanas, mas ainda sem data definida: “Vamos começar pelo Sul, quando se completa um ano da prisão injusta do Lula no dia 7 e vamos fechar em Curitiba. Deve ter uma agenda depois no Nordeste e, em seguida, Minas”, disse, incluindo o Vale do Aço.

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