O Circuito de Exibição do Curta Vitória a Minas III percorre cidades capixabas e mineiras para exibir em sessões gratuitas ao ar livre histórias transformadas em filmes
IPATINGA – A caravana de cinema do Curta Vitória a Minas III desembarcará em Ipatinga (MG) na quarta-feira (27) para lançamento do filme “O Pássaro”, de Luzia Di Resende. A atriz e produtora cultural é uma das autoras e autores de histórias reais ou inventadas selecionadas em cidades do entorno da Estrada de Ferro para serem transformadas em filmes. O destaque especial da sessão gratuita ao ar livre traz uma reflexão sobre a vida, a morte, o tempo e suas imprevisibilidades. A exibição acontecerá às 19h30, no Galpão do Parque Ipanema.
De 21 de novembro a 3 de dezembro, o caminhão-cinema equipado com uma estrutura com telona de 8×6 metros, projetores, sistema de sonorização e cadeiras para acomodar os espectadores percorrerá cidades capixabas e mineiras para exibir as obras de curta-metragem com roteiro, direção e produção das autoras e autores das histórias selecionadas. O Curta Vitória a Minas III tem patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, apoio local da Prefeitura Municipal de Ipatinga e realização do Instituto Marlin Azul, Ministério da Cultura/Governo Federal.
O objetivo é possibilitar aos moradores das cidades ao longo da Estrada de Ferro Vitória a Minas a oportunidade de contar histórias e transformar em filme, registrando as memórias, os costumes, os hábitos, as lendas e as peculiaridades destas localidades, contribuindo para o fortalecimento territorial e comunitário.
O PÁSSARO
Luzia Di Resende inventou um conto inspirado no imaginário popular e escolheu contar esta história a partir do olhar curioso de uma criança de 10 anos. Estas inspirações nascem também das lembranças da autora dos tempos antigos da casa onde cresceu ao lado dos pais e dos irmãos. A trama acontece a partir do sonho da garota com o pássaro de bico vermelho cuja aparição anuncia a morte de alguém próximo. As coisas se passam no período de um dia em que ela busca descobrir quem será a vítima do agourento.
No lugar da amargura, do pavor e da dor comuns ao tema, a autora de minicontos fantásticos utilizou elementos do realismo mágico para tecer o enredo em que a morte brinca com seu próprio ser ousado, atrevido e inesperado. Os objetos de cena, os figurinos, as mobílias e os cenários formam composições não naturais para realçar a fusão da realidade com o mágico. Tudo é colorido, com prevalência dos tons exuberantes e dos grandes contrastes. As escolhas fotográficas relacionadas às lentes, aos enquadramentos e à iluminação completam a composição deste universo simbólico habitado pelo invisível.
CRIAÇÃO
“O processo criativo é uma espécie de química, uma combinação de elementos que resultam na obra de arte. Tirar da horizontalidade do papel e verticalizar uma história como filme foi um processo criativo intenso, com muitos elementos e parcerias. Cada elemento como criar roteiro, pensar locação, figurinos, cenários, atores, ensaios, gravações e edição foi um processo criativo. O filme é a concretização de tudo. Estou muito realizada com essa obra. Reconheço em cada detalhe todo o processo. E acredito que o público vai gostar muito. Além de tudo tem a identificação dos artistas locais, dos amigos. Essa identidade com a comunidade é muito forte!”, destaca Luzia Di Resende sobre a experiência de participar do Curta Vitória a Minas III.