Cidades

Caos na saúde regional piora crise em serviços de urgência de Ipatinga

UPA e Hospital Municipal estão com a capacidade esgotada. Quadro é agravado por portas fechadas no Márcio Cunha ao recebimento de internações pelo SUS.

IPATINGA – Os constantes atrasos nos repasses de recursos pelo governo estadual e que penalizam severamente os municípios mineiros – a ponto de somente Ipatinga ter o seu caixa desfalcado em mais de R$ 80 milhões na saúde –, além do fechamento dos Hospitais de Caratinga e de Bom Jesus do Galho, desde março, vem gerando uma situação de superlotação e caos na UPA e Hospital Municipal, denuncia a secretaria municipal ligada à área. Ainda conforme a repartição, tudo isso é somado à dificuldade de contratação de médicos para as Unidades Básicas de Saúde. Apesar de recorrentes aberturas de editais de Processos Seletivos, os candidatos não se sentem atraídos a ocupar as vagas, que exigem o cumprimento de jornadas de oito horas diárias de trabalho.

O Hospital Municipal e a UPA vivem situação de superlotação por causa do fechamento de hospitais em Caratinga e Bom Jesus

Em reunião com prefeito Nardyello Rocha, na manhã desta quarta-feira (26), a secretária de Saúde de Ipatinga, Érica Dias, detalhou o preocupante cenário que impacta diretamente na assistência aos moradores locais, apesar de todos os esforços para manter o atendimento em níveis aceitáveis. “A cidade vem sofrendo por ser a única, apesar de todos estes fatores adversos, a receber pacientes do SUS, dando vazão ainda à demanda de 35 municípios que compõem a macrorregião de saúde de Caratinga e de Coronel Fabriciano”, enfatizou Érica.

“Atualmente, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no bairro Canaã, está com 45 pacientes internados, em situação grave, aguardando transferência para unidades hospitalares da região, um quadro completamente anômalo ao seu perfil, já que não pode abrigar doentes por mais de 24 horas. Do total, oito pacientes aguardam transferência para o Hospital Márcio Cunha (HMC), que também tem negado vagas em função de falta de leitos por superlotação”, expõe a secretária de Saúde.

Já o Hospital Municipal Eliane Martins (HMEM) passa por situação pior. Segundo Érica Dias, “todos os leitos de internação estão ocupados. Além disso, há boxes de emergência que foram transformados em leitos, diante do quadro aflitivo. Estão ocupados os 127 leitos de internação existentes no HMEM e, nos boxes, foram abertos provisoriamente mais oito leitos, o que representa 106% de ocupação, sendo que o preconizado pela Organização Mundial de Saúde, para segurança do paciente, é de 85%. Do total, 63 leitos são ocupados por pacientes de outros municípios”, detalha.

A secretária de Saúde informa ainda que o município notificará a Superintendência Regional de Saúde quanto à gravidade da situação vivida hoje por Ipatinga.

De acordo com o prefeito Nardyello Rocha, “apesar da grave retenção de recursos por parte do governo do Estado, Ipatinga não tem medido esforços para atender à população da melhor maneira possível. Mas, por ter que receber também pacientes de municípios e regiões vizinhas que se encontram com hospitais fechados, a situação está ficando insustentável. Entretanto, em vez de fechar Unidades, vamos optar sempre por redobrar nossos esforços para ofertar uma assistência humanizada e de qualidade”. 

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