IPATINGA – Mineira de Ipatinga, filha de samba e tambor, a cantora e compositora Bella Guerra vive um novo ciclo em sua trajetória. A artista vem trilhando um caminho marcado pela brasilidade, pela fé e pela busca de sua identidade musical. Após anos se destacando como intérprete e levando sua voz a diferentes palcos do Brasil e do mundo, com passagens por países como Quênia e Portugal, Bella agora mergulha na construção de um álbum autoral e acaba de lançar o single “Licença”, com Mateus Aleluia – músico e compositor baiano remanescente da formação original de Os Tincoãs.
LICENÇA
A canção Licença, disponível em diversas plataformas virtuais e que faz parte do repertório do álbum Marés, reflete o diálogo entre gerações e a herança espiritual da música afro-brasileira. “Cantar com Mateus Aleluia é um presente e uma bênção. Ele é uma referência de sabedoria e ancestralidade. Essa parceria resume muito do que quero expressar nesse novo tempo: um canto que vem de dentro, mas que conversa com o todo”, define Bella Guerra.
CANTO DE DENTRO
Em julho deste ano, Bella Guerra estreou de forma independente o espetáculo “Canto de Dentro”, percorrendo diversos espaços culturais do Vale do Aço, em Minas Gerais: Pontos de Cultura Casa 28 Aberta, Galeria Olho e Mi Casa Su Teatro.
Em breve, a artista embarca para Salvador, marcando um novo ciclo criativo e espiritual. Ela se apresenta no dia 5 de dezembro, na Casa da Mãe, espaço conhecido por valorizar a música independente e as vozes femininas da cena contemporânea. “Cantar na Casa da Mãe é simbólico pra mim. É um espaço de afeto e escuta, que tem tudo a ver com a proposta do Canto de Dentro”, resume a cantora.
RITO DE PASSAGEM
A artista destaca que esse show é um rito de passagem. “Ele marca o início da minha caminhada como compositora. ‘Canto de Dentro’ fala sobre renascimento, sobre respeitar o tempo das marés e das travessias. Dividido em três atos — maré baixa, transição e enchente —, o show é uma travessia emocional que evoca temas como fé, força feminina e ancestralidade”, explica Guerra.
MINAS BAHIA
A sonoridade de Bella é um encontro de forças e territórios. Sua música traduz o diálogo de Minas com Bahia, uma fusão que vai além da geografia, conectando influências culturais, musicais e até geológicas. Nas composições, ela une MPB, samba e afro-brasilidades, com forte presença de elementos espirituais e poéticos. Essa identidade já pode ser sentida nos singles “Amor de Oxum” (Moréré), “Cigana” (Prado) e “Corda Bamba” (Salvador), todos lançados na Bahia, e que pavimentaram o caminho para o novo projeto autoral.
Começar essa nova fase na Bahia representa para a artista uma ligação afetiva, simbólica e musical. “A Bahia me abriu caminhos. Foi lá que entendi o sentido de cantar com verdade, de fazer da música uma ponte entre o que sou e o que quero oferecer ao mundo”, conta. Escolher Salvador como ponto de partida para o projeto autoral é, segundo Bella, um gesto de reconhecimento e pertencimento. “A energia dessa cidade me inspira. Há algo de ancestral e profundamente vivo aqui, e é nesse chão que quero lançar meu primeiro voo como compositora”, avalia a artista.
Entre Minas com Bahia, Bella Guerra se firma como uma das vozes promissoras da nova cena da MPB contemporânea — uma artista que transforma suas origens em canto e o silêncio em travessia, traduzindo em música o que há de mais profundo em seu próprio canto de dentro.



                                    