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Caminhoneiros querem frete mínimo e mantêm bloqueios

O Tempo

BRASÍLIA – Representantes do movimento de caminhoneiros que há vários dias bloqueia as rodovias de pelo menos seis estados reuniram ontem (24) com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e com integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) para pedir a criação de um valor de frete mínimo para a categoria.

A criação do frete mínimo é uma das principais reivindicações dos caminhoneiros, que iniciaram os protestos devido à alta do preço dos combustíveis e aos valores dos fretes, considerados baixos pela categoria. “Hoje, a nossa margem de lucro é zero: ou sustentamos a família ou sustentamos o caminhão na estrada – é preciso escolher. Nós viemos tentar uma negociação com o governo para que ele assuma um compromisso efetivo e oficial para que possamos iniciar as tratativas da criação do frete mínimo”, disse Ivar Luiz Schmidt, um dos representantes do movimento.

Segundo Schmidt, os caminhoneiros defendem como solução ideal a suspensão no aumento do óleo diesel por pelo menos 60 dias, até a apresentação de uma proposta de criação do frete mínimo. “Ao longo desses dez anos, cada aumento de preço do óleo representou redução na nossa margem líquida. Não tem mais para onde ir, temos que negociar”, disse ele.

Conforme o último balanço da Polícia Rodoviária Federal, motoristas enfrentam dificuldades para atravessar 64 pontos de 23 rodovias federais em seis estados. Os estados mais prejudicados são os Rio Grande do Sul, com 23 pontos interditados, Santa Catarina, com 15 trechos bloqueados, e o Paraná, com dez bloqueios. As rodovias de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais também têm pontos bloqueados.

Justiça Federal determina que rodovias sejam desbloqueadas

BRASÍLIA – A Justiça Federal no Rio Grande do Sul determinou aos caminhoneiros, que fazem manifestações contrárias ao aumento dos combustíveis, que desobstruissem, ainda nesta terça-feira (24), acostamentos e leitos das rodovias federais sob jurisdição da 3ª Vara Federal de Pelotas. A liminar, da juíza federal Dulce Helena Dias Brasil, abrange as BRs 293, 116 e 392.

A decisão judicial foi motivada após a Advocacia-Geral da União (AGU) ter ajuizado ação de reintegração de posse, na segunda-feira (23) à noite, contra o Sindicato dos Transportadores Autônomos de Bens de Rio Grande, sob a justificativa de que os caminhoneiros estavam impedindo o direito de ir e vir dos condutores de veículos na região.

Segundo a juíza, a conduta dos manifestantes extrapola o direito à livre manifestação. “Ainda que a ordem jurídica assegure o direito de manifestação, este direito não é ilimitado, mas sujeito a regras que visam a preservar os direitos dos demais (a maioria), que não estão envolvidos diretamente com a situação, até porque o direito da maioria não pode ser subjugado, a menos que haja autorização legal”, disse, por meio de nota.

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