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Câmara convoca ministro da Educação para explicar cortes

Às vésperas de greves e manifestações, governo sofre nova derrota e Parlamento convoca Abraham Weintraub para explicar a “balbúrdia” que fez em universidades e institutos federais

(DO UOL) – A Câmara dos Deputados aprovou hoje requerimento de convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para que ele explique amanhã o corte de investimentos no setor, sobretudo o contingenciamento de 30% no orçamento das universidades e institutos federais para despesas discricionárias (como água, luz e serviços de manutenção).

À época do anúncio da medida, no fim de abril, o chefe da pasta chegou a dizer que algumas instituições estavam fazendo “balbúrdia” em vez melhorarem seu desempenho. Em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”, ele afirmou que esse seria o motivo pelo qual o MEC realizaria os cortes.

DERROTA

O requerimento foi encaminhado pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) e aprovado pela maioria do plenário. A base do governo, que se manifestou contrária à convocação, pediu verificação de quórum e votação nominal, e foi então derrotada por 307 votos a 82. Dessa forma, Weintraub será obrigado a comparecer para prestar esclarecimentos ao plenário da Casa, que se transformará em uma comissão geral. O horário ainda não foi definido.

As convocações são mais frequentes nos grupos temáticos da Câmara. Weintraub havia sido chamado para dar explicações na Comissão de Educação da Casa. Por iniciativa da oposição, optou-se então por um requerimento para que ele seja sabatinado pelo plenário.

CONSTRANGIMENTO

O ato de convocação exige a presença do ministro, diferentemente do convite, que pode ser recusado. Paralelamente à audiência com o chefe do MEC, estudantes, professores e ativistas da educação realizarão protestos em 26 estados e no Distrito Federal.

O resultado de hoje no Parlamento e o desgaste de Weintraub, que já havia comparecido ao Senado para explicar os cortes feitos pela pasta, representam mais uma derrota para a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O sentimento foi expresso pela manifestação da líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), que classificou como “desagradável” a convocação do ministro.

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