Policia

’Cabo’ Victor vai a júri ano que vem em BH

IPATINGA – O Fórum Lafayette, localizado em Belo Horizonte, marcou o julgamento do policial militar de Ipatinga Victor Emmanuel Miranda de Andrade, conhecido como “Cabo Victor”. O Júri Popular está marcado para o dia 5 de abril do ano que vem às 8h30.

O PM será julgado pelo assassinato de Cleidson Mendes Nascimento, o “Cabeça”, de 26 anos. O rapaz foi morto a tiros em 2011 no bairro Canaãzinho. Ele era testemunha de um inquérito policial que investigou a morte do comerciante Ricardo de Souza Garito, assassinado a tiros em 2007 no mesmo bairro, no qual Victor estaria envolvido. Testemunhas na época relataram que o rapaz foi executado por dois atiradores em uma moto

Após dois anos parado, o caso foi reaberto em 2013 e investigado pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Belo Horizonte, que não teve dúvidas em apontar Victor como autor intelectual e executor de Cleidson.

DESAFORAMENTO
O processo foi desaforado da Comarca de Ipatinga para a de Belo Horizonte em agosto deste ano. O pedido foi feito pela 10ª Promotoria de Ipatinga, que também tem a função de Controle Externo da Atividade Policial. Desde outubro então, o caso em que Victor aparece como executor está sendo tramitado no Fórum Lafayette.
Na justificativa, o Ministério Público entendeu que o julgamento não pode acontecer em Ipatinga, para que os jurados não corram risco de serem coagidos pela presença da corporação no Tribunal do Júri.

O desembargador e relator Corrêa Camargo considerou que de fato, o Ministério Público está com razão, já que o acusado se trata de policial militar, existindo indícios de que seja integrante de grupo de extermínio na região do Vale do Aço, tanto que responde por diversos outros processos de homicídio. “Em razão do temor que o réu incute na comunidade local, a conclusão é de que os jurados não têm a isenção necessária para apreciação do processo, de modo que a solução é, mesmo, o desaforamento para a comarca de Belo Horizonte.”, disse.

CASO PARADO

No ano passado, o irmão de Cleidson Menes, o mototaxista Welington Silva Profeta, 28 anos, foi assassinado a tiros, também no bairro Canaãzinho. O caso está parado na delegacia de homicídios de Ipatinga há mais de um ano. A PC ainda não conseguiu colher provas suficientes para desvendar o caso.
Profeta era testemunha de acusação no processo da morte do irmão. Em outubro do ano passado, a primeira audiência judicial do caso foi cancelada devido a uma denúncia de ameaça contra a família de Profeta. Na época, a mãe do rapaz chegou a afirmar para os presentes: “Eles vão matar meu filho”.

Na ocasião, a mãe fez uma representação junto ao Ministério Público informando que havia sofrido ameaças. Após o episódio, a PM abriu um inquérito policial para apurar os fatos e o Programa de Proteção à Testemunha do Governo do Estado ofereceu incluir “Profeta” no quadro de protegidos, mas o rapaz recusou a ajuda.

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